São Paulo, sexta-feira, 21 de novembro de 1997 |
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Mulher de Moreira pede aposentadoria no Senado
LUCIO VAZ
A Folha publicou reportagem na terça-feira mostrando que Clara trabalha em casa, três horas por dia, e não registra o ponto -o que é exigido de todos os funcionários. Ela está vinculada à Secretaria de Comunicação Social do Senado, que funciona em Brasília. Após a aprovação da reforma da Previdência, Clara não conseguiria se aposentar aos 41 anos. A reforma acaba com a aposentadoria proporcional e fixa o limite de idade mínima de 55 anos para mulheres, contanto que tenham 30 anos de contribuição. Clara esteve em Brasília anteontem e entregou uma carta ao presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). Depois, pediu a aposentadoria. Na carta, a servidora relata que leu a reportagem. Ela não reconhece que a sua situação funcional seja irregular: "Sendo regular a minha situação, tal matéria atingiu-me fundo, despertando a minha revolta. Desejo marcar a minha indignação", disse a funcionária. Em seguida, anuncia a aposentadoria: "Contando com a compreensão de Vossa Excelência, estou requerendo a minha aposentadoria, deixando mais de 20 anos de serviço público, preservando a dignidade da minha biografia e o afeto dos que me são mais caros". Clara trabalha das 6h às 9h, no seu apartamento no Leblon, colhendo informações dos jornais do Rio para o "clipping" (compilação de informações publicadas em jornais) do Senado. Segundo a Folha apurou, o "clipping" é feito em Brasília, por cinco jornalistas. O serviço foi criado quando Clara foi transferida do escritório de representação no Rio, o "Senadinho", para a Secretaria de Comunicação Social. Texto Anterior: A Folha de ontem na opinião do leitor Próximo Texto: Do seu para outros bolsos Índice |
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