São Paulo, sexta-feira, 21 de novembro de 1997
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Bens de capital perdem a isenção do IPI

DENISE CHRISPIM MARIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A isenção do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) na compra de máquinas e equipamentos acaba a partir de 1º de janeiro do próximo ano.
Trata-se de um benefício concedido em setembro deste ano pelo governo para estimular a modernização e o aumento de competitividade dos setores produtivos.
Reivindicação antiga dos empresários, o benefício tinha a função de baratear os preços finais de máquinas nacionais e importadas.
A eliminação da isenção foi determinada de forma discreta na medida provisória 1.602, que mudou as regras do Imposto de Renda e cortou incentivos fiscais como meio de elevar a arrecadação.
A MP foi divulgada e explicada em minúcias no último sábado pelo secretário da Receita Federal, Everardo Maciel -que não tocou no assunto.
A revogação da legislação que concedeu o benefício (artigo 1º da lei 9.493/97) aparece no último item (letra "g") do artigo 73 da MP e está registrada de maneira mais clara na exposição de motivos encaminhada pelo Ministério da Fazenda ao presidente FHC.
A decisão provocou decepção em técnicos do governo ouvidos pela Folha que discordam do fim do benefício. Eles consideram a possibilidade de as empresas reverem para baixo os investimentos que fariam nos próximos anos por conta do encarecimento dos bens.
Estimativa do Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo indica que os investimentos privados em 710 projetos no Brasil deverá chegar a US$ 94 bilhões entre 1997 e 2000.
"Essa medida significará aumento de custos produtivos", diz Serafim Branco Neto, secretário-executivo da Associação Brasileira da Indústria Farmacêutica.
Para Roberto Faldini, diretor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, a medida está na contramão do desafio do governo de reduzir os custos de infra-estrutura que oneram os produtores.
Carros
O governo atendeu a reivindicação das montadoras e reviu o aumento do IPI sobre automóveis em dois casos -reconsidera a redução de cinco pontos percentuais no IPI de automóveis de 100 a 127 HP que sejam providos de catalisador e injeção eletrônica; reduz em 13% o IPI dos jipes, com tração nas quatro rodas, fabricados no país.
Na segunda-feira o governo havia revisto sua decisão anterior que afetou as Kombis, da Volkswagen. Se não houvesse a correção, o IPI passaria de 8% para 30%.

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