São Paulo, sexta-feira, 21 de novembro de 1997
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Reformas definem queda do juro, diz Malan

DA SUCURSAL DO RIO

O ministro da Fazenda, Pedro Malan, disse ontem que "a velocidade da trajetória declinante" das taxas de juros dependerá da implementação do ajuste fiscal e das reformas.
O ministro considerou a aprovação da reforma administrativa, na noite de quarta-feira, "uma excelente notícia".
O ministro afirmou que não houve um motivo especial para a redução de 3,05% para 2,90% da TBC (Taxa do Banco Central), que determina o custo mínimo do dinheiro em circulação.
A decisão foi tomada na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), na noite de quarta-feira.
"Mas o passo das reformas ainda precisa ser acelerado", disse o ministro, na abertura do 17º Enaex (Encontro Nacional de Comércio Exterior), realizado no Rio de Janeiro.
Poupança
Malan disse que o novo cálculo da TR (Taxa Referencial), que serve como indexador da poupança e dos contratos do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), entre outros, não resultará em desestímulo para a poupança, segundo ele, "o principal instrumento da esmagadora maioria da população brasileira".
"É prematuro ainda dizer algo a respeito. Mas o que garanto é que ninguém pensaria em fazer algo que prejudicasse esse instrumento que já está enraizado no país."
A mudança da TR é uma proposta do senador José Serra (PSDB-SP), que, segundo Malan, não foi decidida por ainda estar sendo discutida pelo Executivo e pelo Legislativo.
Ataque especulativo
Segundo Malan, o governo está confiante de que "os fatos que caracterizaram a última semana de outubro", que levaram quase US$ 9 bilhões das reservas do país, "não voltarão a acontecer".
Evitando usar o termo "ataque especulativo", Malan afirmou que o governo "não está contando com essa possibilidade".
"Lidamos adequadamente com a experiência de outubro e mostramos que nossa capacidade de ação não está restrita à autoridade monetária (Banco Central), com o uso de reservas e a elevação das taxas de juros. Queremos avançar na redução do déficit público consolidado e no processo de reformas", afirmou o ministro, depois de ter feito uma conferência para cerca de 160 investidores internacionais.
O ministro acredita que os analistas internacionais já estão percebendo a diferença entre os países asiáticos e os da América Latina.
Ele citou a lista de instituições financeiras internacionais que aguardam autorização do BC para entrar no mercado brasileiro. "É uma demonstração de confiança, não de pânico", disse.

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