São Paulo, sexta-feira, 21 de novembro de 1997 |
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Ex-professor de Malan diz que o real não deve ser desvalorizado
LUIZ ANTONIO CINTRA
"Desta vez, meu amigo Dornbusch está errado. Na época do México, ele acertou -e eu também-, mas no caso brasileiro ele está errado. Uma desvalorização do câmbio seria logo comida pela inflação", afirmou. Fishlow também criticou os que defendem um alargamento da banda cambial, defendida por alguns economistas com o objetivo de reduzir a especulação no mercado de dólar. Segundo o economista norte-americano, se o governo optasse pelo alargamento da banda, repetiria o mesmo erro que, segundo ele, foi cometido pelo México pouco antes da crise que o país viveu no final de 1994. "Aumentar a banda do câmbio teria, neste momento, o mesmo efeito de uma desvalorização do real", afirmou. Na avaliação de Fishlow, isso pode ser feito, mas depois que o mercado tiver superado os efeitos da crise das últimas semanas. Ele defendeu o aumento dos juros patrocinado pelo governo federal, que teve o objetivo de defender o real contra os que apostavam na sua desvalorização. O pacote fiscal também foi bem recebido por Fishlow, que defendeu ainda um ponto que ele considera fundamental para que o país volte a ter crescimento consistente: a melhora na distribuição de renda, por meio de um grande esforço do país de democratizar o acesso à educação. "O Brasil tem subsídio para as classes ricas entrarem nas universidades públicas e isso não pode continuar", considerou o economista. (LAC) Texto Anterior: Exportadores pedem, no Rio, isenção da CPMF e impostos Próximo Texto: Moody's mantém classificação do Brasil após crise financeira Índice |
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