São Paulo, sexta-feira, 21 de novembro de 1997 |
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Personagem é anti-Macunaíma
MARIANE MORISAWA
"É importante que nós, brasileiros, não pensemos somente em conquistar o mercado norte-americano e o europeu, mas também o Mercosul." Leia a seguir trechos de sua entrevista. (MaM) * Folha - Por que você quis filmar uma adaptação do livro de Lima Barreto? Paulo Thiago - Interessei-me por dois motivos: a oportunidade de filmar o livro no momento atual e a chance de fazer um filme que tratasse de um tema sério, mas em tom farsesco. Folha - Por que você acha que esse é um momento oportuno? Thiago - Porque ele tem uma falha trágica na história, pois Policarpo é o anti-Macunaíma, o herói com muito caráter. Ele é ético e honesto, e isso faz dele um personagem que entra em conflito com a sociedade brasileira e com os problemas da época, que continuam até hoje. Achei que botar um personagem como esse na tela seria muito oportuno no momento em que questionamos a nossa identidade. Ao ser um nacionalista exaltado, coloca em questão o patriotismo num mundo globalizado. Folha - Como foi seu trabalho com os atores? Thiago - Foi interessante, porque eu, na verdade, antes de fazer o filme, não sabia como seria. Eu tinha uma concepção em termos de estética, de direção de arte, de ambientação. Mas eu não sabia muito bem como seria a cara do filme. Isso eu fui descobrindo nos ensaios com os atores. A partir do desenvolvimento dos personagens, o filme ia aparecendo. Texto Anterior: Mar del Plata aplaude 'Policarpo Quaresma' Próximo Texto: Encontrado documentário de 1928 sobre Chaplin Índice |
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