São Paulo, sábado, 22 de novembro de 1997 |
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Procuradoria investiga ato de Feldmann
CLÁUDIA XAVIER
Segundo o coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias do Meio Ambiente, José Carlos Meloni Cípoli, 40, que encaminhou o pedido, Feldmann dispensou a empresa MIP (Método Investimento e Participação) de entregar o EIA-Rima (Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental) da obra do parque aquático Wet'n'Wild, que está sendo construído em Louveira (75 km de São Paulo). Segundo Cípoli, o despacho de Feldmann foi publicado em 5 de outubro passado, sem conhecimento do Conselho Estadual de Defesa do Meio Ambiente. Outro item que será investigado é o fato de o secretário de Estado dos Recursos Hídricos, Hugo Marques da Rosa, 49, ser um dos sócios da MIP. O inquérito vai checar se Rosa influenciou na aprovação do projeto sem licenciamento ambiental. A investigação da procuradoria dará sequência aos inquéritos abertos pelas promotorias de Jundiaí e de Vinhedo no mês passado. "O relatório acerca das obras é incompleto e não mostra o impacto ambiental que pode haver", diz. O relatório para a abertura de inquérito aponta que a grande movimentação de carros para o parque pode gerar congestionamentos a partir do entroncamento das rodovias Anhanguera e Bandeirantes, no km 49, até a entrada da marginal Tietê, em São Paulo. Consta também que o manancial que vai abastecer o parque, o ribeirão do Moinho, abastece 25% da população de Vinhedo e chega a quase secar nos períodos de estiagem, problema que poderia ser agravado com o empreendimento, segundo o relatório. Ao lado do Wet'n'Wild está sendo construído o parque Great Adventure, do grupo Playcenter, com áreas temáticas. Juntos, eles podem atrair até 60 mil pessoas. A pena para atos de improbidade administrativa pode ser a suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, multa de até cem vezes o valor da sua remuneração e a proibição de contratar ou receber benefícios públicos por três anos. Outro lado A assessoria de imprensa do secretário Fabio Feldmann informou ontem que vai aguardar a manifestação da procuradoria para comentar o assunto. Além disso, disse que o secretário só permitirá a abertura e funcionamento do parque quando todas as exigências de proteção ambiental forem cumpridas. O secretário Hugo Marques da Rosa negou ter influenciado na aprovação do projeto sem o documento de EIA-Rima. Segundo Rosa, o empreendimento foi dispensado de fazer o EIA-Rima porque o parque é muito pequeno e não justificaria o trabalho. Rosa disse ter se afastado da empresa em 94. Texto Anterior: SP distribui morfina para a rede pública Índice |
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