São Paulo, sábado, 22 de novembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"NÃO ENCHE"

"Me larga, não enche, você não entende nada e eu não vou te fazer entender, me encara, de frente: é que você nunca quis ver, não vai querer, não quer ver, meu lado, meu jeito, o que eu herdei de minha gente e nunca posso perder, me larga, não enche, me deixa viver, me deixa viver, me deixa viver, me deixa viver...
(...)
Eu vou clarificar a minha voz gritando: nada mais de nós!
Mando meu bando anunciar: vou me livrar de você.
Harpia, aranha, sabedoria de rapina e de enredar, de enredar, perua, piranha, minha energia é que mantém você suspensa no ar, pra rua, se manda, sai do sangue, sanguessuga, que só sabe sugar, pirata, malandra, me deixa gozar.
Vagaba, vampira, o velho esquema desmorona desta vez pra valer, tarada, mesquinha, pensa que é a dona e eu lhe pergunto: quem lhe deu tanto axé? À-toa, vadia, começa uma outra história aqui na luz deste dia D: na boa, na minha, eu vou viver dez, eu vou viver cem, eu vou viver mil, eu vou viver sem você."

trecho de "Não Enche", de "Livro"

Texto Anterior: Crise de identidade envolve obra
Próximo Texto: Coluna Joyce Pascowitch
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.