São Paulo, domingo, 23 de novembro de 1997
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'Festa brasileira' termina e enxuga patrocínio na Indy

Por razões internas, Marlboro e Brahma desistem da categoria

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE; FÁBIO SEIXAS

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
FÁBIO SEIXAS
Reportagem Local
Depois de dois anos de fabricada empolgação, de estimados US$ 100 milhões apenas na execução da temporada de 96, o braço brasileiro da Indy sofreu um duro golpe.
De forma inesperada, dois dos maiores patrocinadores da farra nacional na série norte-americana encerraram seus projetos neste final de ano: os cigarros Marlboro, da norte-americana Philip Morris, e a cervejaria Brahma, controlada pelo banco Garantia.
Somados, quase US$ 20 milhões, segundo estimativas realistas.
Motivo mais do que suficiente para deixar muitos pilotos apavorados. "Uma péssima notícia, ainda mais em ano de Copa. E, como desgraça pouca é bobagem, o governo inventa mais um pacote", lamenta um empresário do setor.
O Mundial de futebol, bissexto, mas implacável "ladrão" de patrocínio, e o pacote fiscal do governo, de fato, estagnaram o mercado do automobilismo. Mas não são suficientes para elucidar a debandada. Oficialmente, a Philip Morris ainda estuda 98 -para alguns, por ter de cumprir contratos.
Na cervejaria, não há tão pouco posição definida. Mas é público que o decantado Brahma Sports Team não existe mais.
Consultados pela Folha, executivos das duas empresas não quiseram fornecer explicações. Declarações foram aguardadas até a noite de anteontem, sem resultado.
Sabe-se, no entanto, que a Philip Morris brasileira alterou todo seu staff. Os responsáveis pela área de marketing foram dispensados -e imediatamente absorvidos pela Gatorade (Quacker), que já viabiliza investimentos no esporte.
Uma das razões seria o propalado banimento da publicidade de cigarros nos EUA. Mas tanto na América como na Europa a empresa continua investindo.
No meio, porém, afirma-se que a ordem partiu da matriz norte-americana, que não viu resultado no ambicioso projeto de reunir vários pilotos sob a mesma bandeira, o "Marboro Brazilian Team".
No caso da Brahma, outra mudança de staff, que teria provocado turbulências entre a agência Fischer, Justus e diretores do Garantia, prejudicou as negociações para a temporada de 98.
Primeiro, ela exigiu dois brasileiros na Patrick, idéia vetada pelo dono da equipe, Pat Patrick, que não abriu mão de Scott Pruett.
Depois, tentou patrocinar André Ribeiro na Tasman e, com a transferência do piloto, na Penske.
Roger Penske, a exemplo de Patrick, rechaçou a oferta, o que deixou a cervejaria sem opção e, dizem, sob críticas do mercado.

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