São Paulo, domingo, 23 de novembro de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Coluna Joyce Pascowitch
JOYCE PASCOWITCH Céu da bocaSurgindo na cena da vida acadêmica como uma das mais antenadas, Olgária Matos (foto) só pensa mesmo naquilo: em filosofia, no sentido mais amplo e irrestrito do pensamento. Formada pela USP -onde posa hoje como professora titular da cadeira- e com mestrado na Sorbonne, a moça já escreveu oito livros sobre o tema -dois últimos deles recém-lançados. Para dar um refresco, entre um intervalo e outro das aulas, ela pilota a cada 15 dias o Café Filosófico na livraria Cultura, com público tipo heterodoxo -de office boys a historiadores. Lamentando que a filosofia tenha sido tirada dos currículos escolares, Olgária tem cada vez mais certeza de que as pessoas estão precisando de diálogo -para falar outra língua que não seja a dos números. * Quem fins não justificam os meios? Todos. Como preencher o vazio existencial? Com filmes de Antonioni. Penso, logo... Hesito. Que leitura faz a cabeça? "Um Copo de Cólera", de Raduan Nassar. Quem é seu Platão de plantão? Walter Benjamin. O que merece um eterno retorno? O amor. Onde mora a vã filosofia? No monismo monetarista. Quando as palavras perdem o significado? Quando há tumulto nas falas. Quando a cabeça não pensa... A imaginação voa. A razão tem lógica? Às vezes, porque somos, sobretudo, ilógicos. O que é a cara de Maquiavel? O acaso e a necessidade. O que só funciona na teoria? A miragem economista. Para quem escreveria um ensaio? Para o inventor do gênero: Montaigne. Como sair da crise? Parafraseando o poeta Régis Bonvincino, não há saída -só ruas, viadutos, avenidas. Texto Anterior: Coluna Joyce Pascowitch Próximo Texto: Coluna Joyce Pascowitch Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |