São Paulo, segunda-feira, 24 de novembro de 1997
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Parentesco é o critério de transferência

DA REPORTAGEM LOCAL

Parentes, amigos de prefeitos ou pessoas que têm familiares que moram nas cidades. Esses são os casos mais comuns que justificam a transferência de servidores da Prefeitura de São Paulo.
A Folha conversou com vários funcionários. Todas as conversas foram gravadas. "Trabalho no gabinete do prefeito. Moro aqui e pedi para ser transferida", disse Márcia Aparecida Lavoura, cedida para a Prefeitura de Casa Branca (265 km ao norte de São Paulo).
Marilena Franguelli, que foi transferida para a Prefeitura de Laranjal Paulista (175 km a noroeste de São Paulo), é cunhada do prefeito Roque Lázaro de Lara (PTB). Mas o prefeito diz que seu comissionamento foi revogado.
Em Itapetininga (170 km a oeste de São Paulo), Selene Previato Sacadura trabalha na promoção social da prefeitura local.
Em Águas de Lindóia (170 km ao norte de São Paulo), José Augusto Barros Munhoz "faz serviço em municípios vizinhos", segundo João Pires, do gabinete do prefeito Geraldo Mantovani Filho (PPB).
Segundo Pires, Barros Munhoz é irmão do prefeito Antônio Barros Munhoz, de Itapira, vizinha a Águas de Lindóia. José Augusto Munhoz não estava na cidade. Seu irmão, o prefeito de Itapira, não foi localizado pela Folha na última sexta-feira à tarde.
Há municípios, no entanto, em que não há informações sobre os servidores transferidos. É o caso de Caieiras (35 km ao norte de São Paulo). Ninguém tem conhecimento da transferência de Oscar Ronan Borges Filho.
"Se isso acontecesse (a ida do funcionário), teria passado pelo gabinete", afirmou o chefe de gabinete do prefeito, que se identificou apenas como Celso.
Em São Carlos (244 km a noroeste de São Paulo), ninguém conhece Silvio Ures, transferido para aquela prefeitura. Em Socorro (120 km ao norte), Everilde Alves dos Santos trabalhou até outubro e voltou à Prefeitura de São Paulo.

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