São Paulo, segunda-feira, 24 de novembro de 1997
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Micro ajuda no combate ao câncer

HEINAR MARACY
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O computador e a videoconferência são as mais novas armas utilizadas por laboratórios brasileiros para agilizar a análise e o diagnóstico de casos de câncer ginecológico e doenças sexualmente transmissíveis.
O Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo, inaugurou na última semana um sistema informatizado capaz de gerenciar as etapas de atendimento, análise e diagnóstico.
O Said (Sistema Integrado para Análise e Diagnóstico) foi desenvolvido pela Labho, empresa especializada no desenvolvimento de sistemas para a área de saúde, em parceria com a divisão de patologia do Adolfo Lutz e com a Graphic System. O sistema demorou dois anos para ser desenvolvido.
Campanhas
Segundo Ademar Longatto, chefe do setor de citologia do instituto, o sistema deverá acelerar o trabalho de pesquisa, além de aumentar o controle de qualidade das análises e diagnósticos.
"Nossa expectativa é que esse sistema seja instalado em laboratórios e postos de saúde do Estado, tornando-se uma ferramenta muito importante nas próximas campanhas de prevenção de câncer de colo uterino", diz Longatto.
O objetivo é contribuir para a diminuição da mortalidade por câncer de colo uterino, por meio da detecção precoce de lesões precursoras da doença.
O Said é formado por três módulos de diagnóstico e quatro módulos de gerenciamento. Acompanha o paciente desde o momento do agendamento de uma consulta até a emissão do laudo final.
Seu banco de dados relaciona os dados cadastrais e as imagens dos exames dos pacientes, permitindo saber exatamente quanto tempo leva cada caso.
Dados estatísticos
Além disso, o sistema é capaz de gerar dados estatísticos para que seja possível realizar estudos para controle e avaliação epidemiológica e revisões periódicas de casos, prática comum no instituto.
O Adolfo Lutz pretende inclusive utilizar o sistema para produzir digitalmente manuais e relatórios em papel e CD-ROM.
Outra vantagem apresentada pelo sistema é a diminuição de custos na emissão de laudos e na operacionalidade, já que o laudo pode ser emitido na hora pelo próprio médico.
O sistema conta também com capacidade para videoconferência, permitindo que dois médicos discutam um caso, cada um em seu laboratório, analisando uma mesma imagem armazenada no banco de dados do Said.
O sistema é compatível com "Windows 95", e seus módulos de gerenciamento funcionam em micros com chip Pentium. Os módulos de análise necessitam de máquinas com chips Pentium Pro, de maior poder de processamento.
Segundo Paulo De Vita, um dos objetivos da Labho é transformar o Said em um produto para exportação. "Fizemos uma análise do mercado norte-americano para programas na área de saúde e descobrimos que o Said poderia ser vendido nos EUA com grandes vantagens competitivas", diz ele.

Onde saber mais - Instituto Adolfo Lutz, tel. (011) 881-2255; Labho, tel. (011) 223-3477

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