São Paulo, segunda-feira, 24 de novembro de 1997
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Pare, pense, escolha e divirta-se em Assuã

SÉRGIO DÁVILA
DO ENVIADO ESPECIAL AO EGITO

A cidade de Assuã é tradicionalmente considerada a prima pobre entre os pólos turísticos egípcios. Injustiça. Localizada à beira do Nilo, no meio do caminho entre o Cairo e Luxor, é certo que perde em atrações tradicionais para essas cidades, mas tem muito a oferecer.
Basta evitar as roubadas e saber escolher. A represa de Assuã e o lago Nasser, por exemplo: não vá. Glória arquitetônica recente e orgulho dos egípcios, são tediosas para o ocidental em férias.
Idem para o mausoléu de Aga Khan 3º (1877-1957), que guarda os restos mortais do líder espiritual dos ismaelitas, construção recente, sem maiores atrativos.
Guarde seus dias para navegar pelo Nilo nos barcos dos núbios -a maior parte da população é núbia, o que dá à cidade uma cara mais africana que o resto do Egito.
Visite a ilha de Elefantina, no meio do Nilo, de onde você pode ver o rio, a margem verde e o deserto ao mesmo tempo, separados por menos de 500 metros.
É ali que fica também o "nilômetro", literalmente o medidor da altura do Nilo, uma invenção do tempo dos faraós que traz hieróglifos e inscrições em grego, romano e árabe e servia para determinar o valor dos impostos -menos volume de água, mais taxas.
Ainda de barco, visite o templo de Ísis, na ilha de Agilkia, construído ao longo de 700 anos, durante os domínios grego e romano.
O monumento foi erigido na ilha de Philae, mas ficou submerso quando da construção da represa.
Em 1960, a Unesco e as autoridades egípcias bancaram um projeto que previa a mudança do templo de Ísis do fundo da água para uma nova ilha -a operação, que custou US$ 40 milhões e durou 20 anos, foi bem-sucedida.
Por fim, já em terra firme, vale conhecer o obelisco inacabado, que fica numa pedreira desativada que serviu a todo o Egito por séculos. Acredita-se que o objeto tenha sido abandonado por apresentar uma grande fissura em seu corpo.
Uma vez terminado, iria para o templo de Tuthmosis 3º, em Karnak, e seria o maior já feito no mundo, com 42 metros de altura.
Guarde um tempo ainda para andar de charrete ("handor" é o nome em árabe) pelo mercado da cidade. Sua variedade e riqueza de cheiros e tipos deixam qualquer feira livre no chinelo.

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