São Paulo, quarta-feira, 26 de novembro de 1997
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Porto Alegre deve R$ 47 mi a longo prazo

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

A Prefeitura de Porto Alegre não possui dívidas de curto prazo. "Não temos nenhum tipo de pagamento em atraso com fornecedores, empreiteiros ou salários", disse anteontem o secretário da Fazenda, Arno Augustin.
A dívida de longo prazo, de R$ 47,3 milhões, refere-se a financiamentos para realização de obras decididas pelo Orçamento participativo, instrumento de administração da prefeitura, que está a terceira gestão consecutiva do PT.
O pagamento do 13º salário está garantido para dezembro, quando a folha do funcionalismo municipal somará, incluindo o salário do mês, cerca de R$ 52 milhões. O município tem 25 mil servidores.
A prefeitura possui uma política salarial que repõe a inflação a cada dois meses. "Do Plano Real para cá, concedemos 99% de reajuste. Já demos 28,33% de aumento acima da inflação", declarou o secretário da Fazenda.
Mas o prefeito Raul Pont diz ser "vítima" de medidas federais. Ele prevê que a administração fechará o ano no "vermelho".
Pont disse que a cidade de Porto Alegre, como os demais municípios, foi afetada pelo "golpe" da Lei Kandir, FEF (Fundo de Estabilização Fiscal) e o recente pacote fiscal.
Pont afirmou, contudo, que encerrará o seu mandato, no ano 2000, com as contas em ordem. "Queremos (PT) governar a cidade por algumas décadas. Pensamos nossos planos a longo prazo."
Sem grandes obras
A avaliação do vereador Antônio Hohlfeldt (PSDB) sobre o primeiro ano do governo Raul Pont (PT) expressa o pensamento de boa parte dos políticos de oposição.
"Foi frustrante. Ele (Pont) herdou uma série de encaminhamentos do Tarso Genro, mas até agora não se viu absolutamente nada em termos de obras", disse Hohlfeldt, que já foi vereador pelo PT.
Segundo o vereador tucano, a gestão Pont fez apenas "pequenas obrinhas", importantes, admite ele, para determinados bairros ou regiões. O vereador declarou que a capital gaúcha está precisando de "grandes obras", que não são feitas "há 30 anos".
Hohlfeldt disse que o PT promete construir a 3ª perimetral, obra prevista para começar em 1998, com custo orçado em R$ 100 milhões, enquanto "a cidade já cresceu além e necessita a construção da 4ª perimetral".

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