São Paulo, quarta-feira, 26 de novembro de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Membro da seleção é suspeito de doping
MÁRIO MOREIRA
O exame antidoping feito pelo laboratório da Universidade de Québec, no Canadá, detectou a presença da substância nandrolona, um anabolizante esteróide, na urina do nadador. O resultado do exame de contraprova, a ser feito pelo mesmo laboratório, deve ser conhecido na próxima semana. Se confirmado, é o primeiro caso de doping da natação brasileira. O médico brasileiro Eduardo de Rose, que pertence ao COI (Comitê Olímpico Internacional) e é um dos maiores especialistas do mundo em doping, teria viajado ontem para o Canadá a fim de acompanhar a contraprova, a pedido da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos). Até que o novo resultado seja conhecido, Duppré está suspenso de todas as competições. Se o doping for confirmado, ele poderá ser suspenso por até quatro anos. Em caso de suspensão, o atleta poderia recorrer à Comissão de Controle de Doping da CBDA, à Fina (Federação Internacional de Natação) ou à Corte de Arbitragem do Esporte do COI. O presidente da CBDA, Coaracy Nunes, disse ontem à tarde, no Rio, que só decidiu revelar o fato porque as redes de TV Globo e Bandeirantes, em seus noticiários esportivos, afirmaram que a contraprova já havia sido feita e que o doping estava confirmado. "É um atleta brilhante. A confederação lamenta profundamente", disse Nunes. "Até o resultado da contraprova, ele é inocente." Duppré compete pela Universidade Santa Cecília, de Santos. Ele foi convocado para disputar a prova de 100 m borboleta no Mundial. Foi nessa prova, disputada no dia 25 de outubro, que Duppré teria atuado dopado. A convocação para o Mundial aconteceu exatamente por sua vitória no Troféu Brasil, na qual alcançou o índice exigido, que era de 54s74. Ele nadou a prova em 54s61. O relatório emitido pelo instituto canadense, ao qual a Agência Folha teve acesso, identifica os atletas por números. Dentre os sete, dois aparecem com resultado positivo. O de número 067983, supostamente o de Duppre, indica a presença da substância metabólitos de nandrolona. No de número 067988, que seria de Alexandre Massura, teria utilizado lidocaína. Marcio Latuf, 41, técnico do atleta há dez anos, afirmou que o atleta jura inocência e ameaçou abandonar a carreira caso seja punido. Duppré não foi localizado durante toda a tarde de ontem. Com a Agência Folha e a Reportagem Local Texto Anterior: Pelo fim da cera, CBV elimina o segundo saque na Superliga Próximo Texto: Contraprova acontece amanhã Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |