São Paulo, quarta-feira, 26 de novembro de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Privatização pode trazer problema
DA REPORTAGEM LOCAL A partir de agosto, o Ministério da Cultura terá de enfrentar mais uma dificuldade. Nesse mês, deve ocorrer a privatização das empresas de telecomunicações, responsáveis, junto com outras estatais, pelo financiamento de um terço dos projetos realizados com as leis de incentivo (Rouanet e do Audiovisual).Segundo dados do Ministério das Comunicações, a Telesp é hoje a empresa que, sozinha, mais investe em cultura no país. Mas isso não é uma política particular da subsidiária paulista. As decisões de como e onde investir partem diretamente do ministério de Sérgio Motta, a partir de negociações com o MinC. Para o primeiros oito meses do ano, em princípio, não devem ocorrer alterações drásticas nessa participação. Um outro problema para o MinC é a renúncia fiscal. A cada ano, o governo delimita um valor que vai deixar de ser arrecadado em impostos para que as empresas invistam em cultura. Foram R$ 120 milhões em 97. Weffort pediu R$ 240 milhões para 98. O ministro Weffort tem dado declarações se posicionando fortemente contra os cortes na área, tanto na renúncia quanto em uma redução orçamentária de 15% já prevista para o MinC. "Todos os ministérios vão pedir a mesma coisa. Quem não chora não mama. O Fernando (Henrique Cardoso) é um homem da cultura", afirmou o secretário de Política Cultural, Ottaviano de Fiore. Na opinião dele, o MinC tem "vantagens estratégicas". "Somos um ministério de pequeno orçamento mas socialmente importante. O custo/benefício do uso do dinheiro na cultura é favorável", disse. O secretário de Apoio à Cultura, José Álvaro Moisés, afirma que, na pior das hipóteses, o teto da renúncia não sofrerá alterações. "A decisão da renúncia ocorre em dezembro, meados de janeiro. Falar disso agora é como se, na terça-feira, eu convidasse uma mulher para jantar no sábado e descobrisse que perdi o dinheiro. Até sábado, tento uma maneira de recuperá-lo. Na pior das hipóteses, fica tudo igual, eu explico a situação para ela e faço a comida em casa." Corpo-a-corpo Os esforços do MinC em atrair mais empresas para suprir um menor volume de dinheiro investido estará centrado no corpo-a-corpo do ministro Francisco Weffort. "Weffort não faz outra coisa desde que assumiu. É nosso melhor propagandista. Acho que está havendo um engano quando se diz que as empresas vão cair fora. Elas botaram o carro na garagem porque está chovendo, mas não vão cair fora", disse Moisés. Texto Anterior: Sommelier do Fasano vence concurso Próximo Texto: Último bimestre é determinante Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |