São Paulo, quarta-feira, 26 de novembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Freiras brasileiras são torturadas na Líbia

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Duas freiras brasileiras foram sequestradas e seviciadas por dois homens na cidade de Al Bayda, na Líbia. Elas pertencem à ordem italiana das Irmãs Missionárias da Consolatta.
O sequestro ocorreu no dia 12 de novembro, mas só ontem foram divulgadas informações sobre o episódio. Segundo o Itamaraty, as duas freiras foram atacadas por delinquentes drogados.
O Itamaraty não forneceu os nomes, a origem das freiras nem detalhou o tipo de violência que sofreram. A Folha não conseguiu contatar as freiras na Líbia.
Após o sequestro, as duas freiras foram atendidas em um hospital de Al Bayda e tiveram alta logo em seguida. Elas não correm risco de vida.
Segundo diplomatas brasileiros que acompanham o caso, as freiras permanecem em estado de choque. Amanhã serão transferidas da Líbia para Roma, acompanhadas pelo encarregado de negócios do Brasil em Trípoli, José Marcos Nogueira Viana, e um médico.
A opção de ir para Itália e não voltar para o Brasil foi feita pelas religiosas.
O ministro interino das Relações Exteriores, Sebastião do Rego Barros, relatou ao presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), d. Lucas Moreira Neves, que está em Roma, a violência sofrida pelas freiras e os procedimentos tomados pelo governo brasileiro.
Na Líbia, um país muçulmano, não é comum esse tipo de hostilidade contra cristãos. Até ontem, o governo líbio não tinha se pronunciado sobre o caso.
A Líbia é submetida a sanções da ONU (Nações Unidas) desde de 1992, quando os principais países desenvolvidos, em especial os Estados Unidos, acusaram o país de apoiar grupos terroristas e atentados no Ocidente.

Texto Anterior: Deputado depõe sobre caso Amia
Próximo Texto: Entenda o isolamento líbio
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.