São Paulo, quarta-feira, 26 de novembro de 1997
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Esquerda aponta existência de cemitério clandestino no Chile

Ministro diz que no local estão sepultados mineradores

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Deputados socialistas chilenos denunciaram a existência de um cemitério clandestino no norte do país. No local podem estar enterradas vítimas da repressão durante o governo do general Augusto Pinochet (1973-1990).
O governo já iniciou investigação sobre o caso. Segundo o ministro do Interior, Carlos Figueroa, os restos seriam de trabalhadores que atuaram no século passado em uma mina de salitre da região, a 1.400 km de Santiago, entre as cidades de Calama e Antofagasta.
A conclusão preliminar foi de um juiz que visitou o cemitério e fez apenas uma "inspeção ocular" nas quase cem tumbas.
A denúncia da existência do cemitério foi feita anteontem pelo deputado socialista Felipe Valenzuela. No início do regime militar funcionou nas proximidades um centro de detenção de presos.
Segundo ele, todas as covas têm cerca de 20 cm de profundidade, o que dá a impressão de o sepultamento ter sido feito ao mesmo tempo. Além disso, disse ele, os caixões são iguais.
Uma associação que reúne familiares de desaparecidos durante o regime militar lembrou que 70 opositores do governo de Pinochet foram fuzilados em outubro de 1973 na região de Antofagasta, sem que os corpos tenham sido encontrados.
Os deputados pediram ao governo a liberação de recursos para a realização de análise mais detalhada, que determinaria a idade das ossadas enterradas.
Oficialmente, morreram sob custódia das forças de segurança 3.197 pessoas durante o governo de Pinochet. Destas, mais de mil continuam desaparecidas.

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