São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 1997
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TCE investiga contrato da Dersa para a exploração de pedágios

Tejofran venceu sem concorrência, diz conselheiro

DA REPORTAGEM LOCAL

O TCE (Tribunal de Contas do Estado) de São Paulo está fazendo auditoria de contrato feito entre a Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) e a empresa Tejofran para exploração de pedágios da rodovia Carvalho Pinto.
Autor do pedido de auditoria, o conselheiro Eduardo Bittencourt, do TCE, alega que a Dersa entregou à Tejofran direito de exploração de dois pedágios sem fazer a licitação exigida por lei. Os pedágios começaram a funcionar nos dias 18 e 23 de novembro.
A Tejofran pertence a Antônio Dias Felipe, amigo e um dos financiadores da campanha eleitoral do governador Mário Covas (PSDB). Na disputa para o governo em 94, a Tejofran e a Power, que também pertence a Felipe, doaram R$ 180 mil para Covas.
O conselheiro do TCE anexou ao pedido de auditoria relatório feito por dois assessores do tribunal que visitaram esta semana a Carvalho Pinto, prolongamento da rodovia Ayrton Senna em direção ao Vale do Paraíba.
Cada um dos dois pedágios cobra R$ 2,40 por automóvel.
O relatório não informa quanto a Dersa está pagando à Tejofran para a exploração dos dois pedágios.
Desde o início do governo Covas, em 95, Tejofran e Power assinaram contratos com o governo no valor de R$ 151,7 milhões. Só em 96, foram R$ 133,8 milhões, 566% a mais do que os R$ 20,1 milhões contratados em 94, último ano do governo Luiz Antonio Fleury Filho.
Juntamente com outras seis empresas, a Tejofran teve parte de seus bens bloqueados pela Justiça na semana passada. São acusadas pelo Ministério Público de se beneficiar de contratos feitos com a Eletropaulo em 96, já no governo Covas, no valor de R$ 8,4 milhões.
Os contratos tinham como objetivo o fornecimento de mão-de-obra para a leitura de medidores e a entrega de contas de luz. Para o Ministério Público, o valor dos contratos é R$ 3,6 milhões superior ao orçamento previsto pela Eletropaulo para o serviço.

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