São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 1997 |
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Hospitais suspendem boicote ao SUS na BA
CHRISTIANNE GONZÁLEZ
A suspensão da paralisação no atendimento foi anunciada às 14h de ontem pela Asheb (Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia), após negociação com o ministro da Saúde, Carlos Albuquerque. Segundo o presidente da Asheb, José Augusto Andrade, o ministro se comprometeu a saldar os débitos do ano passado até o próximo dia 20 e a manter o pagamento normalizado. Até ontem, o SUS não havia pago às clínicas e hospitais conveniados da Bahia o abono de 25% referente aos meses de outubro a dezembro de 96. "Além disso, há a promessa de suspender o teto de repasse de recursos de R$ 62 milhões ao mês", disse Andrade. Atualmente a Bahia recebe R$ 32 milhões mensais do SUS para a manutenção das unidades hospitalares. A paralisação no atendimento pelo SUS da Bahia começou na última segunda-feira. Até ontem, a Asheb registrava uma adesão de 86,8% em todo o Estado e 98%, em Salvador. Ontem à tarde, o Hospital Santo Antonio (administrado pelas Obras Assistenciais de Irmã Dulce), em Salvador, que não suspendeu o atendimento, já tinha 15 pacientes excedentes que eram cuidados nos corredores. Os dois maiores hospitais públicos da Bahia (Hospital Geral do Estado e Roberto Santos) também tinham seus leitos lotados. A situação mais grave aconteceu nos ambulatórios dos centros e postos de saúde públicos de Salvador, onde a demanda chegou a ser duplicada. No 14º Centro de Saúde do Estado -um dos mais procurados-, uma equipe de 30 médicos e enfermeiros atendeu cerca de 700 pessoas por dia, nas primeiras 48 horas de paralisação. "Os médicos tiveram que atender em regime de plantão, já que nossa média de atendimento diário é de, no máximo, 350 pacientes", disse a chefe da administração do 14º centro, Gilma Matos, 41. Durante a paralisação no atendimento pelo SUS, as clínicas e hospitais particulares conveniados mantiveram apenas o serviço de emergência. O motorista Marivaldo de Andrade aguardava atendimento no 14º centro de Saúde e teve que esperar em uma fila com cerca de 150 pessoas."Há três horas estou pulando de clínica em clínica." No total, o Estado dispõe de 27.690 leitos conveniados ao SUS, sendo 10.308 da rede estadual. Segundo Andrade, permanece a reivindicação de 100% de reajuste no valor pago por atendimento médico. "A remuneração do SUS para os procedimentos médicos e consultas é irrisória", disse Andrade. Para o secretário José Maria de Magalhães, a reivindicação é justa."O Estado já solicitou reajuste de 40% nos valores dos procedimentos médicos pagos pelo SUS." Atualmente, o valor pago pelo SUS por uma consulta médica na Bahia é de R$ 2,55. Texto Anterior: Diniz again; Horizonte estreito; Gostosura Próximo Texto: Segurado não é atendido Índice |
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