São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 1997
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Chef francês cria menu para champanhe

JOSIMAR MELO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Durante três dias, a partir da próxima segunda-feira, os paulistanos poderão apreciar um espetáculo gastronômico reservado a poucos em sua região de origem, a Champanhe francesa. Neste período, um chef francês estará cozinhando cardápio concebido para ser degustado apenas com champanhe.
Na verdade, o champanhe Dom Pérignon, um dos mais celebrados e caros do mundo. Uma bela (embora dispendiosa) forma de começar dezembro, quando as celebrações de fim-de-ano costumam ser acompanhadas pelo espocar de rolhas de vinho espumante.
Os banquetes serão realizados em São Paulo, no Le Coq Hardy. Ao lado dos titulares da casa -o francês Eric Jacquin e o brasileiro José Pereira- a cozinha estará sob o comando de um chef que só cozinha para convidados: Bernard Dance, um francês de 41 anos, nascido em Poitiers, com uma longa estrada percorrida na profissão.
Já tendo trabalhado em restaurantes que obtiveram a cotação máxima nos guias franceses, hoje Dance é cozinheiro exclusivo de um castelo na Champanhe (nordeste da França), o Château de Saran, da Moet & Chandon.
Imponente sem ser suntuoso, elegante, situado num platô magnífico em Chouilly, perto de Épernay, nesse castelo só entram os convidados da empresa. E são muitos: da rainha-mãe da Inglaterra aos herdeiros da Ferrari, todos seguem a regra de dormir apenas uma noite nos charmosos quartos -e quase todos têm a sorte de compartilhar de uma refeição, servida por garçons enluvados, com o casal de castelões que cuida da propriedade.
É aí que entra o chef Dance. Formado profissionalmente servindo o público de restaurantes, ele tira de letra a tarefa de cozinhar almoços e jantares para duas dezenas de comensais que se reúnem em torno da mesa de mogno do castelo. Não é difícil para quem trabalhou em casas consagradas como o L'Oasis (na Riviera Francesa) e o Georges Blanc (na Borgonha).
Mais do que cozinhar bem, sua missão é desenvolver o melhor casamento possível entre a culinária francesa e o champanhe. No Le Coq Hardy, ele busca fazer isso com um menu concebido para ser degustado com o Dom Pérignon safra 1990, um champanhe exuberante (Dom Pérignon é o vinho mais nobre da Moet & Chandon).
Os jantares tentarão confirmar a tese de que o champanhe é um vinho capaz de acompanhar todos os momentos de uma refeição, da entrada à sobremesa. Não deixa de ser verdade -embora um repasto longo como esse, com cinco pratos, pareça sempre empobrecido, entediante, pela falta de um vinho tinto em algum momento.

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