São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 1997
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Rhino Records lança 13 discos no Brasil

CARLOS CALADO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Um dos selos mais cultuados no mercado fonográfico mundial passará a ter seus produtos lançados no Brasil com regularidade. Trata-se da Rhino Records, especialista em compilações de vários gêneros e estilos musicais.
"Queremos dar um impulso ao catálogo da Rhino no Brasil", diz Javier Cantarero, gerente de selos da Continental East West, que promete lançar até dezembro um pacote com 13 títulos.
Astros da soul music dos anos 60, como Aretha Franklin, Otis Redding e Wilson Pickett, comandam o primeiro suplemento, extraído de uma série econômica da Rhino, a Flashback.
"Essa série foi projetada para alcançar um público maior, mas é apenas um detalhe no universo da Rhino. Minha intenção é conquistar primeiro um espaço nas lojas", diz Cantarero, que prefere esperar o próximo ano para lançar os produtos de ponta do selo norte-americano.
"Queremos lançar a Rhino como um selo de qualidade que tem um modo profissional de fazer compilações e retrabalhar um extenso catálogo", explica.
Segundo o gerente da Continental, bandas de rock como Velvet Underground, Iron Butterfly e The Cars devem estar nos próximos suplementos da Rhino produzidos no Brasil, que chegarão às lojas a partir de fevereiro.
"Queremos lançar aqui o melhor do que a Rhino desenvolveu nos últimos três anos, especialmente a partir de material original do catálogo da gravadora Atlantic", diz Cantarero.
O sinal verde para a nova parceria, que também inclui a Warner brasileira (responsável pelos lançamentos de jazz da Rhino no país), foi dado na semana passada, com a vinda a São Paulo de Peter Pasternak, diretor internacional de vendas e marketing da Rhino.
"Se a Continental ou a Warner não tiverem condições de fabricar um produto, este deverá ser importado. O preço ficará um pouco mais alto, mas temos certeza de que o nosso consumidor não abre mão do padrão Rhino de qualidade", diz o executivo.
Outro problema mais difícil de ser contornado é o do licenciamento. Em suas compilações, a Rhino costuma utilizar gravações de diferentes selos e gravadoras, mas nem todos permitem que seus fonogramas sejam lançados fora dos EUA.
"Infelizmente, esse é um dado do mercado", diz Parternak, lamentando o fato de que boa parte de seu catálogo, a exemplo de outros países, não pode ainda ser produzida no Brasil.
Entre seus lançamentos mais recentes nos EUA, o diretor da Rhino destaca uma caixa com toda a obra do jazzista norte-americano Charles Mingus (1922-1979) gravada pelo selo Atlantic.
"Vendemos 50 mil cópias em apenas um mês. Tratando-se de um produto de jazz com seis CDs, isto é um verdadeiro fenômeno", comemora Pasternak.
"Não somos uma CBS ou uma Warner, que vendem centenas de milhares de cópias de um único título. Nossa faixa de vendagem está em torno de 15 ou 20 mil cópias por título", observa.
Com lançamento previsto para março no Brasil, a caixa de Charles Mingus é apenas um dos itens de uma série de CDs de jazz com o selo Rhino/Atlantic que a Warner pretende lançar aqui durante o primeiro semestre do próximo ano.
Os saxofonistas John Coltrane (com os álbuns "Giant Steps" e "My Favorite Things"), Ornette Coleman ("Free Jazz") e Rahsaan Roland Kirk ("The Inflated Tear") estão no topo da lista.
A essa relação também serão acrescentados lançamentos comemorativos do 50º aniversário do selo Atlantic, que acontece no ano que vem.
"Vamos lançar vários títulos especiais, alguns inclusive produzidos por Claude Nobs, o diretor do festival de jazz de Montreux", antecipa o executivo da Rhino.

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