São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 1997
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'Anahy' se perde na busca da grandeza

NAIEF HADDAD

Já foi dito que se o comentário após o filme é sobre a "bela fotografia", algo está errado. É o caso do filme do cineasta gaúcho Sérgio Silva, "Anahy de las Misiones", que estréia hoje.
Não que inexistam outros méritos. É possível citar, por exemplo, a fluência da narrativa ou o confronto das reminiscências de Anahy (Araci Esteves) e Joca Ramires (Paulo José). Mas ao ensaiar uma atmosfera de epopéia, "Anahy" desanda. Aspira a um sentido maior -nos diálogos de pretensa profundidade, na música triunfal- que em nada resulta.
Anahy e seus filhos -interpretados por Marcos Palmeira, Dira Paes, Fernando Alves Pinto e Claudio Gabriel- rodam o Rio Grande do Sul atrás dos restos dos combates da Revolução Farroupilha. Se a guerra sustenta a família, também lhes impõe sofrimento. Mas em "Anahy", ao contrário de "Guerra de Canudos", o conflito é apenas pano de fundo. Ambos os filmes, no entanto, se diminuem no esforço de "transmitir uma mensagem". Por ironia, é a explicitação da tentativa que esconde qualquer sentido maior.

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