São Paulo, sábado, 29 de novembro de 1997 |
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Pais esperam matrícula acampados
ELIAS AREDES JUNIOR
A escola tem 1.191 alunos matriculados, mas oferece 77 vagas para a primeira série do primeiro grau. A fila começou às 8h de anteontem, com cinco pais. Os interessados nas vagas formaram uma espécie de cadastro informal, em que são anotados dados da criança, como nome, endereço e a classe que deseja frequentar. Os "organizadores" da fila também definiram algumas regras. Uma delas é que cada pai traga sua própria lona e um automóvel com equipamentos como TV, cadeiras e roupas. Para usar o banheiro, os pais vão até as casas vizinhas ao colégio. Apesar de organizados, os pais não deixam de ficar temerosos quanto aos resultados da espera. "A escola irá priorizar as crianças que aniversariam após o dia 30 de junho e que ficaram sem vaga este ano", diz a dona-de-casa Lucilene de Castro, 27, uma das "coordenadoras" da fila. Sua filha, Larissa Destro, completou a idade exigida (7 anos) três meses atrás. O critério foi adotado pelos "coordenadores da fila" por causa da determinação da Secretaria Estadual da Educação, que vai privilegiar a matrícula das crianças que completaram 7 anos até o dia 30 de junho. No entanto, segundo a Secretaria da Educação de Campinas, crianças que completarem 7 anos em 97 e que morarem perto da escola terão prioridade na matrícula. Os pais estimam que, das 74 pessoas que estão na fila, 20 são provenientes de outros bairros da região oeste, como São Bernardo e Cidade Jardim. A situação se agravou depois de outras escolas públicas de primeiro grau da região oeste terem sido integradas ao processo de reorganização da Secretaria Estadual da Educação, que proíbe o funcionamento de classes de primeiro e segundo graus no mesmo período. Entre esses colégios estão as escolas Felipe Cantúsio e José Maria Matozinho. Com a modificação, elas só oferecem vagas para o segundo grau. Não é a primeira vez, no entanto, que a escola Vicente Rao enfrenta problemas para atender à demanda. Em 96, 180 pais de alunos ficaram por uma semana em frente da escola para matricular seus filhos. Alguns chegaram a passar o feriado de passagem de ano em frente à escola. Texto Anterior: Matrícula no ensino básico cresce 4% Próximo Texto: Secretário 'estranha' atitude Índice |
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