São Paulo, sábado, 29 de novembro de 1997 |
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Universidade aceita aluno sem vestibular
ADELSON BARBOSA
Segundo o reitor Jáder Nunes, estudantes ingressam nas universidades estrangeiras com uma simples matrícula e, um ano depois, solicitam transferências ex-officio. A transferência ex-officio é feita quando o poder público remove servidores de um Estado para outro, para atender interesses administrativos. Os cursos nos quais mais acontecem esse tipo de transferência são medicina e direito. As articulações para conseguir as transferências são feitas pelos pais dos estudantes junto a políticos, que conseguem nomeações para cargos de confiança em prefeituras, na Assembléia Legislativa e em algumas repartições estaduais. Segundo o reitor, a PF vai investigar suspeitas de que as nomeações são anuladas depois que as transferências são aceitas. Em um ano, 41 brasileiros estudantes em universidades na Bolívia, Honduras e em outros Estados do país solicitaram transferências. Entre os restantes, alguns são funcionários federais que têm direito às transferências ex-officio e outros são funcionários de instituições como o Banco do Brasil e Banco do Noroeste do Brasil. A investigação foi solicitada por Nunes ao superintendente da PF na Paraíba, Antonio Toscano. Segundo Nunes, também serão investigadas suspeitas de irregularidades na transferência de estudantes de outras universidades brasileiras para a UFPB. Com as portarias de nomeação em mãos, os estudantes iniciam o processo de transferência. Sob a alegação de que prestam serviço a repartições públicas, eles formalizam os pedidos. Segundo Nunes, todos os pedidos de transferências estão sendo negados pela UFPB. Os estudantes então recorrem à Justiça Federal. Na Paraíba, os casos negados pela Justiça Federal estão obtendo êxito junto ao TRF (Tribunal Regional Federal), em Recife. Liminares do TRF obrigam a UFPB a fazer as matrículas dos estudantes transferidos. O reitor disse que a UFPB está recorrendo contra as decisões do TRF junto ao Superior Tribunal de Justiça, em Brasília. Toscano disse que vai averiguar se as nomeações são verdadeiras. Texto Anterior: Mãe enfrenta fila 2 vezes Próximo Texto: Campanha quer Natal sem fome e violência Índice |
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