São Paulo, sábado, 29 de novembro de 1997
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IBGE tem método divergente do Dieese

DA SUCURSAL DO RIO

A taxa de desemprego nacional dada pela PME (Pesquisa Mensal de Emprego) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) difere em vários pontos do índice de desemprego calculado pelo Dieese e pela Fundação Seade.
Metodologia, universo pesquisado e diferentes definições de desemprego estão por trás das disparidades divulgadas pelas instituições.
O IBGE considera ocupadas pessoas que prestam algum serviço beneficente, por um mínimo de 15 horas semanais, ainda que não ganhem remuneração para isso.
Também ficam de fora da lista de desempregados estagiários e pessoas que estejam fazendo algum "bico" enquanto procuram emprego fixo.
A PME pesquisa as seis principais áreas metropolitanas do país (São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre). O Dieese fica apenas com São Paulo.
"É o mercado mais formal do país e que mais reflete a demissão da indústria", diz Maria Cecília Prates, economista e pesquisadora da FGV (Fundação Getúlio Vargas).
A economista lembra que, mesmo pela PME, os dados de São Paulo estão entre os mais altos. O índice de setembro, 6,5%, perdia só para o de Salvador (7,8%).
Para a pesquisadora, a metodologia influencia as respostas. Enquanto o Dieese questiona se o entrevistado procurou emprego no mês anterior à pesquisa, o IBGE quer saber se ele estava ocupado naquele período, disse Maria Cecília.
Esse resultado dá margem para o chamado "desemprego oculto" do Dieese -um indicador do número de pessoas que prestavam serviços informais, mas que procuraram emprego fixo, dado que o IBGE não inclui em sua pesquisa.
Retirando-se o desemprego oculto de São Paulo, o índice aberto fica em torno de 10%, informou Maria Cecília. Cai a diferença para o resultado do IBGE.
O Dieese pesquisa mão-de-obra infantil, acima de 10 anos, enquanto o IBGE parte da idade mínima de 15 anos. Há técnicos que dizem que a diferença quantitativa, nesse caso, é muito pouca.

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