São Paulo, sábado, 29 de novembro de 1997
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Despenca aprovação a premiê de Israel

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O premiê israelense, Binyamin "Bibi" Netanyahu, atingiu ontem o nível mais baixo de popularidade desde que assumiu o posto, em junho de 96. Segundo pesquisa do Instituto Gallup, publicada pelo jornal "Maariv", o líder da oposição trabalhista, Ehud Barak, teria vantagem de 14 pontos percentuais sobre Netanyahu, se fossem realizadas eleições hoje.
Barak receberia o voto de 47% dos israelenses. O premiê contaria com o apoio de apenas 33% do eleitorado. A queda nas pesquisas é reflexo da incômoda situação política que vive Netanyahu.
O premiê apresentou esta semana uma proposta de retirada das tropas de partes da Cisjordânia (entre 6% e 8%, segundo a imprensa local). Mas não conseguiu apoio para o plano dentro do próprio gabinete e desagradou a extrema direita israelense, contrária a novas devoluções territoriais.
Barak disse ontem que o governo de Netanyahu "chegou ao fim da linha". "Devemos nos preparar para eleições antecipadas em 98."
O Partido Trabalhista precisaria do apoio de 61 parlamentares (maioria simples, em um total de 120) para conseguir derrubar o atual governo e convocar eleições. Atualmente, a coalizão que sustenta "Bibi" tem 66 cadeiras.
A crise política em Israel pode ter também um desfecho sem a necessidade de eleições. Setores descontentes da coalizão governista poderiam propor uma "união nacional" aos trabalhistas. Se um voto contra "Bibi" no Knesset (Parlamento) for aprovado por 80 deputados, forma-se um novo governo imediatamente.
Na tentativa de agradar a todos, Netanyahu tem conseguido o contrário. O premiê adotou ontem um discurso de conciliação com os palestinos. Disse que entende seu sofrimento e ofereceu "máxima autonomia de governo".
"Quero mover este processo adiante", afirmou "Bibi". Mas sua proposta de retirada, exagerada para a direita israelense, é considerada pequena pelos palestinos e pelos Estados Unidos.
A pesquisa de ontem mostra que a população israelense segue dividida quanto à entrega de territórios aos palestinos. Dos entrevistados, 52% são favoráveis à retirada militar israelense de 6% a 10% dos territórios da Cisjordânia. Cerca de 40% se opõem (sem especificar se querem a entrega de mais ou menos terras).
Molotov no muro
A polícia israelense prendeu ontem dois palestinos, acusados de terem atirado coquetéis Molotov (bombas incendiárias) sobre judeus que rezavam no Muro das Lamentações, em Jerusalém. As garrafas estouraram sem ferir ninguém. Os presos confessaram a autoria de outro atentado semelhante, contra estudantes seminaristas judeus, na quinta-feira.

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