São Paulo, domingo, 30 de novembro de 1997
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Governo está aprendendo sobre o mar

MARTA AVANCINI
DA REPORTAGEM LOCAL

A exemplo do que ocorre com os brasileiros, os órgãos responsáveis pela implantação de políticas de exploração e preservação dos recursos marítimos no país ainda estão aprendendo sobre o litoral.
"Temos muita informação dispersa para ser sistematizada", diz Antonio Galvão de Almeida, secretário da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar.
Parte da sistematização deve ocorrer no próximo ano, quando saírem as primeiras conclusões do mapeamento que foi realizado ao longo de 130 mil quilômetros de litoral, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente.
A intenção é avaliar o volume de recursos (peixes e frutos do mar) que existem no mar brasileiro e a capacidade que o Brasil tem de explorá-los (leia texto na pág. 3-5).
"Estamos colhendo os primeiros resultados. Descobrimos espécies de peixes que estavam quase extintas e que aumentaram de volume", diz Haroldo Mattos de Lemos, secretário do Meio Ambiente do ministério de mesmo nome.
Além de saber o que existe no fundo do mar, também é importante conhecer a costa. Para isso, está sendo realizado o macrozoneamento do litoral brasileiro, a fim de definir estratégias de ocupação, inclusive urbanística, da chamada faixa costeira.
"É uma região de equilíbrio muito delicado, em que as faixas de terra e de mar se combinam", diz Marília Brito Rodrigues de Moraes, coordenadora de projetos da Divisão de Planejamento do Litoral da Secretaria de Estado do Meio Ambiente de São Paulo.
É a partir do zoneamento que serão estabelecidas quais regiões serão classificadas como APAs (Areas de Preservação Ambiental).
Cada Estado vai implantar o seu próprio zoneamento com base em diretrizes federais e definir políticas de controle para que ele seja respeitado por meio do gerenciamento costeiro.
"A costa brasileira é muito grande, mas já temos um reconhecimento pelo trabalho que estamos realizando", diz Marília Albuquerque, chefe da Divisão de Ciências do Mar do Ministério da Ciência e Tecnologia. Segundo ela, a Comissão Oceanográfica Intergovernamental da Unesco deu nota 81 em uma escala de 0 a 100 para os projetos brasileiros.

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