São Paulo, domingo, 30 de novembro de 1997
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'Ciclo lunar' dita o futuro do Flamengo

MÁRIO MAGALHÃES

MÁRIO MAGALHÃES; CARLOS ALBERTO DE SOUZA
DA SUCURSAL DO RIO

Alternando boas e desastrosas atuações nas semifinais, equipe enfrenta hoje o Juventude, no Maracanã

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
Em situação dificílima nas semifinais do Campeonato Brasileiro, o Flamengo viverá novamente hoje no Maracanã o seu dilema, a partir das 18h, contra o Juventude.
Às vezes, o Flamengo é um time com grandes limitações, mas aplicado taticamente e com muita garra. Noutras vezes, é só um time com grandes limitações.
No domingo passado, sem três titulares -Sávio, Renato Gaúcho e Fábio Baiano-, dominou o Vasco e por pouco não venceu.
Na quarta-feira, porém, foi a Porto Alegre e deu um vexame diante do Juventude.
Mesmo sem jogar em seu estádio e com um homem a menos durante todo o segundo tempo, o time de Caxias do Sul ganhou por 3 a 2.
Na saída de campo, o zagueiro Júnior Baiano diagnosticou: "O problema é que muita gente entrou de salto alto", disse, referindo-se ao excesso de confiança e ao pouco empenho de atletas que quiseram dar show e perderam um jogo teoricamente fácil.
As atuações do Flamengo variam conforme o ciclo lunar -eis o seu dilema.
Assim, o time só conquistou quatro dos nove pontos disputados no Grupo A, passando a depender de resultados alheios -tropeços do líder Vasco- para voltar a ter chances de ir à decisão.
Qual é o verdadeiro Flamengo? "Não é o do jogo contra o Vasco, mas também não é o que perdeu do Juventude. É preciso, pelo menos, um desempenho intermediário", diz o técnico Paulo Autuori.
"Ninguém pode dizer que é jovem demais, porque todos os jogadores são pais de família", afirma Renato, 35, o veterano do time.
Até o que no clube se pensava ser o bem-sucedido sistema com três zagueiros já é questionado.
Desde o início, Autuori afirmou que a tática seria usada provisoriamente, para povoar o meio-campo com cinco ou seis jogadores.
Mais: com três zagueiros, os laterais (ou alas) poderiam atacar com liberdade, compensando as insuficiências técnicas dos meias.
Para 98, o técnico planeja voltar ao clássico 4-4-2 (quatro defensores, quatro meias e dois atacantes).
Depois do fracasso contra o Juventude, a equipe caiu em depressão. O ambiente só melhorou anteontem, quando o atacante Romário (Valencia, Espanha) foi treinar com os ex-companheiros.
Sávio, que voltou a sentir o tornozelo, e Renato, se recuperando de uma crise renal, são dúvida.
O lateral Fábio Baiano, contundido, continua fora. O volante Jamir, com uma pancada no joelho, também. O meia-atacante Iranildo, suspenso, é outro desfalque.
Esquema novo
A falta de quatro jogadores de defesa poderá representar mais do que desfalque numérico para o técnico Cassiá, do Juventude. Não está afastada a hipótese de ele alterar o esquema por esse motivo.
Na quarta, Cassiá usou três zagueiros (Adílson, Índio e Rodrigo) e Itaqui e Edson como alas.
Hoje, sem Adílson, Índio, Itaqui e Edson, o time deverá ter uma formação clássica na defesa (dois laterais e dois zagueiros de área) e um meio de campo reforçado, com três volantes. Isso acontecerá se o Flamengo escalar Sávio.
Caso o atacante não possa jogar, o volante Ivair fará o papel de terceiro zagueiro. Outra preocupação do time são as subidas ao ataque do zagueiro Júnior Baiano. Adílson, que fraturou o osso frontal do rosto, não joga mais este ano. Jorge Antônio e Sylvinho entram nas laterais, e Baggio, na zaga.

NA TV - Flamengo x Juventude, às 17h, na Sportv

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