São Paulo, terça-feira, 2 de dezembro de 1997
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Collor, Itamar e ACM

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

- Ca-na-lha.
Itamar Franco saboreou as sílabas ao ofender (ou retribuir ofensa de) Fernando Collor, ontem no Jornal Nacional e demais. Chegou a avisar, para a câmera:
- E dou ênfase: percebi tratar-se de um ca-na-lha.
E mais, um "personagem que não hesita em recorrer aos mais baixos expedientes", alguém "particularmente vulnerável nos terrenos da honra própria e da família", um "fora-da-lei".
Com a cena, levou o espectador a cinco anos antes, quando a era Collor estimulava uma guerra de ofensas, sobretudo sexuais -como aquela que o ex-presidente teria feito agora a Itamar.
Mas agora, como comentou Boris Casoy no Jornal da Record, a "baixaria" pouco significa, além da agressão indireta à audiência.
Mas existe algo de autêntico, de honesto em Itamar e suas reações intempestivas. Ao expor ACM e seu jogo de pressão, por exemplo, quando presidente -o que o atual, FHC, jamais fará.
E não custa lembrar que amanhã pode sair a primeira decisão da Justiça em favor de Collor, para a sua volta às campanhas, ao horário gratuito, à televisão.
Talvez Itamar não seja tão ingênuo, afinal.
*
Quanto a ACM, foi perguntado sobre Collor/Itamar, ontem no Jornal Nacional, e sorriu ironicamente:
- Eu tenho uma resposta boa, mas não vou dar.
E todos riram.
Collor tem o dom de degenerar o ambiente.
*
A ex-sem-terra Débora Rodrigues, depois da "Playboy", estreou um programa no SBT, Fantasia, que desanima pela miséria cultural que espelha -do país.
A sem-terra Diolinda Alves de Souza, de seu lado, esforçava-se ontem em seguir na luta, esquecida numa entrevista à decadente rádio CBN.

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