São Paulo, terça-feira, 2 de dezembro de 1997
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A sede de vitória da Europa

ROGÉRIO SIMÕES

A disputa de pênaltis entre Brasil e Itália na final da Copa de 94 não apenas deu a vitória aos brasileiros, mas colocou o futebol sul-americano à frente do europeu na corrida por títulos mundiais.
Com oito campeonatos, um a mais do que a Europa, os sul-americanos se impuseram mundialmente. Para 98, o Velho Continente, novamente anfitrião, com a maioria da torcida a seu favor, prepara o contra-ataque.
Os europeus têm uma desvantagem em relação à sua posição de quatro anos atrás. Serão 15 equipes entre 32 -46,87%. Nos EUA, eram 13 entre 24 times -54,16%.
Se perdem em quantidade, ganham em tradição, com o retorno das seleções da Inglaterra e da França -esta, ausente desde 1986.
Nessa ofensiva européia, o inimigo número um tem nome: Brasil.
A situação do campeão mundial no ranking da Fifa é um exemplo dessa batalha. Primeiro colocado, o time de Zagallo está cercado de europeus por todos os lados.
Além da seleção brasileira, o único não-europeu entre os dez primeiros colocados é a equipe da Colômbia, na nona posição.
O Brasil também foi o responsável pela perda de um patrimônio que a Europa preservou até 1974 e agora sonha em retomar.
Depois de seis presidentes da Fifa europeus -três ingleses, dois franceses e um belga-, a entidade passou a ter, 23 anos atrás, um brasileiro como dirigente máximo.
João Havelange tem conseguido se manter no cargo, mas já anunciou oficialmente que o atual mandato é o último. Desta maneira, 98 também deverá ser o ano da reconquista da presidência da Fifa pelo Velho Continente.
Para isso, não faltam candidatos. O sueco Lennart Johansson, presidente da Uefa e candidato assumido, e até mesmo o ex-jogador francês Michel Platini, que têm o apoio de Pelé, são possíveis nomes.
E a ofensiva não pára por aí. Na disputa pela organização da Copa de 2006, a Inglaterra, com Bobby Charlton, e a Alemanha, com Franz Beckenbauer, já iniciaram seu trabalho de marketing.
A Europa já percebeu que, mesmo reunindo os campeonatos mais lucrativos do mundo, ficou pequena diante do crescimento do futebol mundial. A única saída é lutar por espaço.
(RS)

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