São Paulo, quarta-feira, 3 de dezembro de 1997 |
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Grávida aborta em banheiro de casa e desaparece em Bauru
WAGNER OLIVEIRA
Na manhã de anteontem, a desconhecida pediu permissão aos moradores para usar o banheiro, alegando estar com fortes dores na barriga. A mulher estava andando sozinha pela avenida Bernardino de Campos, na Vila Rocha, próximo ao centro de Bauru (340 km a noroeste de São Paulo). O dono da casa, João Rafael Tobias, disse que sua filha, Ana Patrícia, praticou um "ato de solidariedade" ao atender o pedido da desconhecida. "Minha filha percebeu que ela se contorcia de dor. Nada mais normal que atender o pedido de uma pessoa em dificuldade", afirmou. Segundo Tobias, a mulher, de cor branca e aparentando 25 anos, ficou cerca de uma hora no banheiro. A demora não despertou nenhuma curiosidade na família. O aborto só foi percebido quando Tobias reparou que o vaso sanitário estava entupindo, três horas depois de a mulher ter usado o banheiro. Sem conseguir escoar a água, ele chamou um pedreiro, que retirou o vaso do local. O feto foi encontrado na tubulação. Tobias afirmou que o pedreiro chegou a enterrar o feto no terreno na frente da casa, mas, com medo de alguma complicação penal, decidiu chamar a polícia. O técnico em necropsia do IML (Instituto Médico Legal) Jair Romeu afirmou que o feto era do sexo feminino e tinha cinco meses de gestação. Ele disse que o laudo do exame realizado no feto mostra que a desconhecida realizou um aborto natural. "Não há nenhum sinal de que a desconhecida tenha praticado algum ato de violência contra o feto após o aborto", disse. O titular da DIG (Delegacia de Investigação Geral), José Jorge Cardia, disse que espera solucionar o caso entre hoje e amanhã. Texto Anterior: Ministro concorda que saúde é pesadelo Próximo Texto: Quer-Quero atende criança deficiente Índice |
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