São Paulo, quarta-feira, 3 de dezembro de 1997
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FMI e Coréia podem fechar acordo hoje

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo sul-coreano anunciou que o acordo entre o país e o Fundo Monetário Internacional (FMI) seria assinado hoje, com a chegada ao país do diretor-gerente da instituição, Michel Camdessus.
Camdessus disse ontem, no entanto, que só vai autorizar o pacote de ajuda financeira à Coréia do Sul se as autoridades do país derem garantias de que farão "o máximo de esforços".
"Não estou seguro hoje de que autorizaria uma participação do FMI no programa coreano", disse ontem Camdessus.
Estima-se que o socorro financeiro será de cerca de US$ 55 bilhões, o que o tornaria a maior ajuda internacional já concedida a um país.
FMI e Coréia do Sul ainda não chegaram a um acordo final sobre o socorro financeiro, pois teriam divergências a respeito das medidas de austeridade que o país deve adotar em sua economia.
O diretor do FMI não quis comentar ontem os pontos de divergência entre o fundo internacional e a Coréia do Sul.
No último domingo, o governo sul-coreano chegou a anunciar a conclusão das negociações, mas voltou atrás no dia seguinte.
Camdessus disse que a Coréia do Sul estava a apenas dez dias de uma "catástrofe financeira de grandes proporções" quando pediu ajuda ao FMI.
Segundo ele, Coréia do Sul, Tailândia, Indonésia e Filipinas foram lentos em seguir as advertências que haviam sido feitas pelo fundo internacional.
"Nós os avisamos durante anos dos riscos que corriam em razão de suas políticas".
O diretor confirmou que o programa que está sendo definido para a Coréia do Sul incluirá duas partes, seguindo o modelo do socorro financeiro concedido recentemente à Indonésia.
Uma linha de crédito será formada por contribuições de instituições multilaterais, como o próprio FMI, o Banco Mundial e o Banco Asiático de Desenvolvimento.
Segundo ele, a segunda linha de crédito, que será mobilizada se a primeira parte não for suficiente, incluirá contribuições de países que são parceiros comerciais da Coréia do Sul.
Japão e Estados Unidos são dois dos países que devem contribuir.
Segundo Camdessus, o FMI poderá pedir a seus integrantes recursos suplementares para socorrer os países asiáticos que enfrentam crise financeira.
O diretor do FMI disse que "não teria nenhum pudor" em pedir mais recursos a seus acionistas e que o pedido poderia ser feito nas próximas semanas.
Camdessus afirmou, no entanto, que ainda existiam "muitos fundos" e que precisava "fazer as contas". "Por sorte, não esgotamos nossos recursos".

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