São Paulo, quarta-feira, 3 de dezembro de 1997 |
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Conclusões
THALES DE MENEZES Depois do evento tenístico do último fim-de-semana, é hora de julgar os três protagonistas: os dois tenistas e o público.Gustavo Kuerten - Foi envolvido pela pressão que a torcida quis fazer sobre Richard Krajicek. Jogou bem nos dois primeiros sets, mas perdeu o controle quando o rival entregou games no início do set decisivo. Para o próximo ano, Kuerten precisa tomar algumas decisões. Se ele não afastar o circo montado a seu redor, diminuindo os compromissos com patrocinadores e renegando o assédio absurdo de mídia e público, pode comprometer sua carreira. Aos 21 anos, agora é hora de investir em seu jogo. Ele não pode ter tantos altos e baixos, nem perder um jogo em que o adversário entrega os três primeiros games do set decisivo. Talvez o melhor exemplo a seguir seja Ivan Lendl, que sentiu a mesma pressão aos 20 anos e adotou como estratégia uma vida de monge, recusando badalação de qualquer espécie. Perdeu algum dinheiro na época, quase fugindo dos patrocinadores, mas consolidou seu jogo para ser o número um do mundo. Resta saber se Kuerten está disposto ao sacrifício. Richard Krajicek - Joga uma barbaridade. Realmente, se não tivesse sofrido tanto com contusões seguidas, teria uma carreira mais brilhante. Seu jogo é de "top ten", não está limitado ao saque realmente devastador. Sem a bagunça da torcida, venceria Kuerten em dois sets, até sem forçar muito. Torcedor brasileiro - O que esperar do público num país em que torcedores profissionais são contratados para soprar cornetas no ouvido dos tenistas estrangeiros? Se o público não teve culpa no episódio Brasil x Áustria, em 1996, quando Thomas Muster abandonou seu jogo da Davis em São Paulo, agora a coisa foi feia. Um espetáculo dantesco no Ibirapuera, que vai repercutir lá fora e legitimar as reclamações austríacas. É triste. Texto Anterior: Felipão contraria a tradição palmeirense Próximo Texto: O ano Bjorkman; Agassi, de novo? Índice |
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