São Paulo, quinta-feira, 4 de dezembro de 1997
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Aumento já havia sido proposto em 1995

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Há dois anos, outra tentativa de aumentar o Imposto de Renda das aplicações em fundos de renda variável -semelhante ao aparente equívoco de anteontem- chegou ao Congresso, proposta pelo ministro da Fazenda, Pedro Malan.
O dispositivo tornou-se um dos pontos mais polêmicos do projeto e acabou rejeitado pelo relator Antonio Kandir, atual ministro do Planejamento, em negociação com o próprio Malan. Um acordo preservou as operações em Bolsas de Valores.
No final do primeiro ano de mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso, só houve apoio ao aumento de 10% para 15% da alíquota do Imposto de Renda sobre aplicações de renda fixa.
Essa história sustentou ontem no Congresso a tese de que o governo tentara ressuscitar a proposta de impor uma taxação maior aos fundos de renda variável, embora o acordo político comandado por Fernando Henrique Cardoso só previsse o aumento da alíquota do Imposto de Renda das aplicações de renda fixa.
Receita versus BC
Segundo a Folha apurou, a Receita defende uma taxação igual para os fundos de renda fixa e os de renda variável, contra a posição do Banco Central.
A versão final da medida provisória 1.602, assinada pelo relator Roberto Brant (PSDB-MG), foi redigida no Ministério da Fazenda e na Secretaria da Receita Federal.
O relator só percebeu que ele e seu projeto diziam coisas diferentes depois de o texto estar votado. Poucos minutos antes da votação, na noite de anteontem, Brant insistia em que os fundos de investimento de renda variável estariam a salvo do aumento do imposto. Não era o que estava escrito.

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