São Paulo, quinta-feira, 4 de dezembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Sem torcida, Pinheiros tenta virada

LUÍS CURRO
DA REPORTAGEM LOCAL

"O sócio não vem. Nem a mãe do cara (jogador vem. Tem umas três pessoas torcendo."
Com essas frases, o técnico do Pinheiros-Blue Life, Marcos Sharp, expõe o panorama do ginásio do Pinheiros-Blue Life, sempre vazio, nas partidas da equipe neste Paulista masculino de basquete.
O ginásio será local dos jogos de hoje, às 20h30, e amanhã, pela primeira fase dos playoffs (mata-mata), contra o Banco Bandeirantes, do cestinha Oscar, que já venceu o primeiro da série melhor de cinco.
Enquanto o adversário costuma mandar seus jogos em um ginásio sempre cheio (cerca de mil pessoas), em Barueri (Grade São Paulo), os atletas do Pinheiros olham para as arquibancadas e dificilmente vêem mais de 200 pessoas.
"Não temos público em casa. É meio frustrante, mas acostumamos", diz o pivô Edu Boi, 32.
Desse modo, Sharp, 47, afirma que, diferentemente dos times do interior, cujos ginásios costumam ser preenchidos por entusiasmados torcedores, o fator quadra não é um trunfo para o Pinheiros. "O ginásio é neutro."
Isso, aliado ao melhor nível técnico do Bandeirantes, faz Sharp dar o favoritismo ao adversário. "Além de um elenco poderoso, há um pequeno detalhe: eles têm o Oscar em uma fase iluminada."
Oscar Schmidt, 39, está com média de 42 pontos por jogo -é o cestinha deste Paulista.
No campeonato, o Pinheiros perdeu as três partidas contra o Bandeirantes (uma em São Paulo e duas em Barueri).
"Mas cada jogo é uma história. Se encaixarmos nosso jogo, o que não aconteceu nas três vezes, podemos complicar", afirmou Sharp, que já conseguiu o objetivo de, ao ficar entre os seis primeiros colocados do Paulista, classificar o Pinheiros para o Brasileiro.
O técnico do Bandeirantes, o ex-jogador Marcel de Souza, 40, afirma que espera encontrar dificuldades em São Paulo.
"Jogamos duas vezes nesta semana (domingo, na última rodada da primeira fase, e anteontem, no primeiro duelo dos playoffs). A tendência é os dois times se conhecerem e se igualarem", afirmou.
"Todo veneno tem seu antídoto. Eles também nos conhecem melhor", rebate Sharp.
Marcel lamenta ainda a ausência de Leandro, 19, que, lesionado, não joga mais neste Paulista. O jogador revezava-se com Duda na armação da equipe. "Não tenho mais nenhum armador. Terei que improvisar o (ala) Márcio."
Hoje e amanhã também jogam Singular-Carrefour x Polti-COC/Ribeirão, em Santo André, Inter-Winner x Marathon/Franca, em Limeira, e Brastemp x Report/Mogi, em Rio Claro.
Com uma vitória cada, Polti-COC, Marathon e Report lideram suas séries.
(LC)

Texto Anterior: Corinthians apela para ir ao Brasileiro
Próximo Texto: Ribas mantém chance de conquistar o WQS; Três nadadores russos são pegos por doping; Automobilismo é visto como esporte por COI; Paul Tergat vem para a corrida de São Silvestre
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.