São Paulo, sexta-feira, 5 de dezembro de 1997
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Compra fraca anula IPI maior

DA REPORTAGEM LOCAL

O aumento de 5% na alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para a maior parte dos modelos de veículos produzidos no país não terá o efeito de elevar a arrecadação de impostos, como espera o governo.
Nos cálculos da Anfavea, uma queda de vendas de 26% anula o efeito do aumento do IPI para os veículos.
"Se a retração de vendas for superior a isso, o valor final da arrecadação começa a diminuir", afirmou José Carlos Pinheiro Neto, vice-presidente da entidade.
Reunião
A Anfavea apresentou esses dados ao governo, em reunião recente no Ministério da Fazenda, para justificar a necessidade de a alíquota ser revista.
Conforme Pinheiro Neto, essa queda na arrecadação poderá ser sentida a partir de janeiro ou fevereiro do próximo ano, como reflexo da retração do mercado em novembro.
O vice-presidente da Anfavea preferiu não comentar a proposta da Volkswagen de redução de 20% nos salários e da jornada de trabalho de seus empregados para evitar a demissão de 10.000 pessoas.
"A entidade não se manifesta sobre o que é peculiar a cada uma de suas associadas", disse.
Câmara setorial
A Anfavea, segundo ele, aguarda um convite de governo para discutir soluções que possam amenizar a crise no setor.
As montadoras estariam dispostas a discutir, por exemplo, a volta da câmara setorial do setor automobilístico.
A queda de vendas, conforme Pinheiro Neto, vem sendo contornada pelas montadoras de várias formas, como promoções, descontos e manutenção da taxa de juros antiga, o que acaba favorecendo o consumidor.
Pinheiro Neto diz que a expectativa do setor é que o governo não mantenha os juros altos por muito tempo. "Houve uma queda brutal no mercado quando o governo anunciou o aumento dos juros. Mas o mercado já está começando a reagir", disse.
"A equipe econômica já está sinalizando a intenção de promover uma redução gradual nos juros nos próximos meses", afirmou Pinheiro Neto.

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