São Paulo, sexta-feira, 5 de dezembro de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Noruega 'estragou' o grupo do Brasil na Copa
RICARDO GOMES
Na duas primeiras rodadas, com a inclusão de Escócia e Marrocos, o sorteio estava caminhando muito bem para o Brasil. Até ali, o grupo, como se diz, já estava no bolso -na teoria, porque no campo as coisas podem ser diferentes. A Escócia é um velho adversário do Brasil em Copas. Desde 1974, essas seleções têm-se enfrentado de oito em oito anos. Nas duas últimas vezes que jogaram, os brasileiros venceram. O Marrocos, pelo que acredito, não deve ser um adversário muito problemático para o Brasil. Recentemente, as duas seleções se enfrentaram em Belém (PA), e o Brasil venceu sem susto. Mas a Noruega é diferente. É um time de uma qualidade melhor, e, mais do que isso, é um segundo time europeu no grupo do Brasil. Se não tivesse ficado com a Noruega, no Grupo A haveria uma equipe asiática, o que seria bem melhor para o Brasil. Há ainda um complicador adicional. A Noruega foi o único time que venceu a seleção principal do Brasil nos últimos quatro anos. Se isso pode servir de motivação extra para os brasileiros, por um lado, por outro fará com que a Noruega jogue sem medo de nós, como seria o caso de outras equipes. Mas não se pode dizer que o sorteio foi muito ruim para o Brasil. Havia possibilidades muito piores. Só ter de enfrentar o Marrocos e não a Nigéria já é uma boa notícia. Apesar de termos de enfrentar dois times europeus, eles não são as piores opções. Poderia ter sido, por exemplo, Inglaterra e Iugoslávia, e aí sim teria sido muito ruim. Mas, de qualquer modo, a importância do sorteio é relativa. A seleção que quer ser campeã não pode ficar dependendo da sorte. Tem que estar preparada para tudo. * Comparando o grupo desta Copa com o que o Brasil esteve na Copa dos Estados Unidos, em 1994 (Brasil, Suécia, Rússia e Camarões), creio que há um equilíbrio. Numa Copa como na outra, os adversários brasileiros são duas seleções européias e uma africana. Apenas na tradição, no nome, os adversários do Brasil de quatro anos atrás eram mais fortes. * O grupo mais equilibrado, em contrapartida, é o D. Entre Nigéria, Bulgária, Espanha e mesmo Paraguai não há favoritos. Todos têm qualidades para se classificar. * Ontem foi o ponto de partida para a Copa do Mundo na visão dos franceses. Até um dia antes, pouco se falava de Copa por aqui. Mas ontem tudo mudou. Toda a mídia só fala da Copa. Há dezenas de pessoas sendo entrevistadas. Eu mesmo dei várias. Texto Anterior: Scolari critica vascaíno Próximo Texto: Determinação Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |