São Paulo, sábado, 6 de dezembro de 1997
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Radiodifusão; AZT suspenso; Idéias fora de lugar; Morte na USP; Meditar é preciso; Cofre vazio; Telhado de vidro; Práticas duvidosas; Demissão inútil

Radiodifusão
"É inacreditável a insensibilidade da Folha quando se trata de atribuir má-fé a deputados e senadores, principalmente quando pode conjuntamente atacar a radiodifusão.
O aumento absurdo das taxas de fiscalização do Ministério das Comunicações, pretendido pelo governo, teria como objetivo atender ao orçamento da Anatel, orçamento que ninguém, até agora, examinou e que parece ser o dobro dos gastos do FCC americano, segundo noticiado na imprensa.
Taxa não é imposto e não há por que a radiodifusão ser chamada para custear a Anatel. O número de emissoras clandestinas deveria ser prova suficiente do absurdo da taxa e do seu mais do que absurdo aumento. Hoje já deve haver um número igual de emissoras legais e clandestinas que não pagam taxas, nem impostos, nem custos sociais. O seu desenvolvimento deve-se, exclusivamente, à falta total de fiscalização cuja taxa queriam, no mínimo, decuplicar. É só ler a tabela estampada pela própria Folha para ver que o texto é enganoso.
Quanto ao interesse de deputados, o que pretende a Folha é intimidar os parlamentares ligados a emissoras. O pusilânime, obviamente, seria não se arriscarem a críticas indevidas, permitindo o aumento abusivo. Seria então deixar cobrar para evitar suspeitas enganadoras como as levantadas pela Folha."
Joaquim Mendonça, presidente da Abert -Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Brasília, DF)

AZT suspenso
"Em resposta à reportagem publicada na Folha, em 2/11, na pág. 3-3 (Cotidiano), sob o título 'Pernambuco suspende produção de AZT', gostaria de esclarecer que os estoques de medicamentos para Aids são suficientes para manter o atendimento aos pacientes até o início do próximo ano.
O Ministério da Saúde compra AZT dos laboratórios Lafepe, Iquego e Furp. Os débitos do ministério com os laboratórios foram renegociados, e fornecimento de AZT com o Lafepe e com o Iquego foram ativados, não havendo, portanto, possibilidade de desabastecimento.
O débito do Ministério da Saúde com o laboratório Lafepe era de R$ 10,9 milhões e não R$ 17 milhões. Foram encomendados mais R$ 16,5 milhões de AZT e Estavudina ao Lafepe, totalizando mais de R$ 27 milhões. Desse total, R$ 5,9 milhões foram pagos em 3/12. Outras três parcelas iguais serão pagas nos finais de dezembro, janeiro e fevereiro. O restante será pago quando o total de medicamentos for entregue."
João Roberto Vieira da Costa, coordenador de Comunicação Social do Ministério da Saúde (Brasília, DF)

Idéias fora de lugar
"Interessante o artigo do senador José Serra na pág. 1-3 (Opinião), da Folha, em 25/11, refutando sofismas costumeiros do deputado Roberto Campos. Reparo, contudo, que ele reproduz quase literalmente um parágrafo do meu livro, sem mencionar a fonte. Estimo que tenha gostado, a ponto de incorporar o meu texto sem perceber. Mas acho que seria mais correto citar a origem. Faz parte das regras no debate de idéias. O livro é 'Celso Furtado -O Subdesenvolvimento e as Idéias da Cepal' (Editora Ática, São Paulo, 1995). O segundo parágrafo do artigo de Serra está na página 96 do livro, primeiro parágrafo."
Reginaldo Carmello Corrêa de Moraes, Departamento de Ciência Política da Unicamp (São Paulo, SP)

Resposta do senador José Serra, colunista da Folha - O autor está certo ao dizer que caberia a citação. Tratou-se de uma omissão, embora não intencional.

Morte na USP
"Lendo o artigo do repórter Ricardo Bonalume Neto, fico mais tranquilo e vejo que ainda há pessoas que conseguem refletir sobre o papel do cidadão na sociedade. O que me preocupa é que, em nenhum dos artigos publicados sobre o incidente na USP, foi avaliada a questão do respeito às leis. Os garotos nadavam em lugar não permitido para este fim. Há que se pensar que aos cidadãos são sempre lembrados seus direitos e poucas vezes seus deveres."
Ivan José Delatim, geólogo (São Paulo, SP)

Meditar é preciso
"Qual é a grande obra do governo federal? Nenhuma. Será que nós iremos votar nessa gente? Os brasileiros não têm preguiça para trabalhar, mas têm preguiça para pensar. Pensa Brasil!"
Roberto Peire Cardoso (Campinas, SP)

Cofre vazio
"Durante o regime militar o 'perigo vermelho' foi desculpa para se torturar e matar. Agora, o 'perigo cor-de-rosa' está sendo invocado como desculpa para se arrombar o cofre...
Sempre é bom lembrar que, já no primeiro dia do (des)governo Maluf, o seu truculento secretário de obras prometeu endividar a cidade. Mais do que nunca, promessa é dívida!"
José Augusto Vasconcellos Neto (Campinas, SP)

Telhado de vidro
"Com o intuito de reduzir o tamanho do Estado até o limite mínimo, há projeto de reforma administrativa que institui um teto de R$ 12 mil, valor quantificado, referido ao que ganham os ministros do Supremo Tribunal Federal (R$ 12.700 -valor bruto), que será aplicado como redutor de todos os vencimentos.
O governo mostra que não aprendeu a lição de que no texto da Constituição não pode vingar tal técnica, pois a flutuação dos fatos que bordejam a Carta Magna imporá suas regras, tal como ocorreu com os juros fixados no texto em 12%, em relação ao sistema financeiro."
Paulo Virgílio Bueno Magano (São Paulo, SP)

Práticas duvidosas
"Se não estivesse fascinado pelo governo FHC, será que o sr. Arnaldo Jabor teria feito vistas grossas para a malfadada compra e venda de votos pela reeleição? O que estaria dizendo das atuais práticas políticas (barganhas) adotadas pelo governo escancaradamente? Ou será que agora tudo está maravilhosamente bem?"
Amélia Rosa da Silveira (São José do Rio Preto, SP)

Demissão inútil
"O primeiro ato governamental de demissão em massa dos últimos tempos (leia-se modernidade para otários) foi logo no início do malfadado mandato de Fernando Collor, quando milhares de funcionários foram demitidos, seja por extinção de órgãos públicos ou redução de quadros. Qual foi o impacto dessas demissões no Orçamento federal? Nenhum."
Márcio Cândido da Silva (Juiz de Fora, MG)

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