São Paulo, domingo, 7 de dezembro de 1997
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Onde há fumaça...; ...há fogo; Fiscalização virtual; Trabalho infantil; Balançando; Linha eleitoral; Regionalismo ferido; Fica o registro; Sarcasmo aliado; Até tu, Antonio; Fugindo do carimbo; Pura maldade; Bom de bravata; Equilíbrio rompido; Máquina engajada

Onde há fumaça...
Setores do PSDB e da indústria desconfiam do decreto 2.214, assinado por Marco Maciel quando FHC viajava. Cria regime aduaneiro especial e suspende tributos de importação de produtos para fabricação de mercadorias destinadas à exportação.

...há fogo
O detalhe é que o decreto abre brecha para que os produtos importados sejam destinados ao mercado interno. Teme-se um descontrole que afete parte da indústria nacional. No governo, dizem que a proposta nasceu do lobby das montadoras de carros.

Fiscalização virtual
A Receita prepara regulamentação relâmpago do decreto 2.214. Quem cuida do tema é Everardo Maciel, chefe do órgão e do grupo de Marco Maciel. A proposta prevê "controle informatizado" da importação. Há quem duvide da eficiência disso.

Trabalho infantil
Ex-presidente da Câmara de Gurinhem (PB), Sílvio Romero de Paiva Araújo foi condenado a 2 anos e 4 meses de reclusão e a multa. Razão: contratar menina de nove anos como assessora.

Balançando
Marta Godinho, secretária da Criança, da Família e de Bem-Estar Social, pediu demissão a Covas. O governador, que não avalia muito bem a auxiliar, está propenso a aceitar. Mas um grupo no governo paulista trabalha para segurá-la no cargo.

Linha eleitoral
O Planalto é pressionado a rever a decisão de demitir os aposentados das estatais que continuam trabalhando. Boa parte já saiu, mas há um núcleo em Furnas que tem o apoio de José Roberto Arruda (PSDB-DF).

Regionalismo ferido
Circula no Congresso a ata de uma reunião de 96 da Câmara de Educação Superior. Nela, Paulo Renato (Educação) defendeu que as universidades do Nordeste se concentrem na graduação. E deixem de fazer pesquisa.

Fica o registro
Embora dando razão a FHC na disputa com ACM sobre o aumento do Imposto de Renda, circula uma versão de que Luís Eduardo deixaria a liderança do governo na Câmara, caso os dois não chegassem a um acordo.

Sarcasmo aliado
De um peemedebista descrente das intenções tucanas de promover uma efetiva aproximação entre os dois partidos: "Quem vai peitar o ACM, o Téo Vilela?"

Até tu, Antonio
A comparação de FHC com o imperador romano Júlio César, feita na Inglaterra, deliciou o Congresso. Marcelo Déda (PT-SE) cruzou com Luís Eduardo Magalhães e não resistiu: "Não sei, não, mas tô sentindo uma pinta de Brutus no ACM".

Fugindo do carimbo
FHC gostou, mas também ficou incomodado ao ser comparado ao romano Júlio César. A oposição e alguns aliados adoram falar que ele tem postura imperial. A citação a Cipião, "o Africano", foi uma tentativa politicamente correta de se safar.

Pura maldade
Em São Paulo, fizeram piada por ocasião do lançamento da candidatura de Lula a presidente na quinta na qual FHC era comparado a Júlio César e a França sorteava os grupos da Copa de 98: "Ninguém soube. E quem soube não acreditou", diziam.

Bom de bravata
Inocêncio Oliveira (PE) posou de coronel moderno até o projeto que prevê a união civil de pessoas do mesmo sexo chegar ao plenário. Na hora H, traiu os acordos partidários e esqueceu que prometera votar a favor.

Equilíbrio rompido
Basta olhar a composição da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para ver que ACM tem a hegemonia no PFL.

Máquina engajada
Gilberto Kassab (PFL) usou a estrutura da secretaria paulistana do Planejamento para convidar pessoas para almoço ontem em homenagem a Antonio Cabrera, pré-candidato do partido ao Senado e defensor de aliança do PFL com Maluf (PPB).

TIROTEIO
De Esperidião Amin (PPB-SC), sobre governadores resistirem a revelar ao Senado acordos com as montadoras de automóveis:
- Enquanto os pequenos empresários e produtores rurais do Brasil pagam os maiores juros do planeta, governadores dão dinheiro de graça a uma das maiores indústrias do mundo.

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