São Paulo, domingo, 7 de dezembro de 1997 |
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Donas da casa
LAVÍNIA FÁVERO Empregadas contam as principais indiscrições dos patrõesParticiparam deste encontro as empregadas domésticas Sonia Moraes, 34, solteira; Dilza Maria Pereira, 37, casada; Susi Leandro da Silva, 34, solteira; e Maria de Fátima da Silva Roque, 29, solteira. * Revista - Qual a coisa mais estranha que vocês encontraram trabalhando? Susi - Já encontrei revistas pornográficas na gaveta de um outro patrão. A mulher dele não sabia que ele lia essas coisas e continuou não sabendo. Dilza - Eu também finjo que não vejo, mas já achei dessas revistas e mais umas fitas de vídeo... Sonia - Nunca encontrei nada de estranho, mas já achei uma coisa que me emocionou: a minha patroa tem um álbum no qual ela guarda todas as suas lembranças, dos cartões que ela recebe dos netos a uma foto da mãe dela. Revista - E qual a situação mais constrangedora que vocês viveram trabalhando para alguém? Sonia - Eu tinha um patrão que enganava a mulher. Uma vez, encontrei-o na padaria com uma moça. Ele me ofereceu um vestido para que eu não contasse. Eu não contei, mas também não aceitei o vestido, porque ele prometeu não fazer mais isso com ela. Dilza - Fui trabalhar para o pai de uma outra patroa, que era viúvo e morava sozinho. Ele confundia as coisas e chegava a ligar triste para a filha quando eu não ia. Dizia que sentia ciúme do meu marido, mas nunca me faltou com o respeito. O pior, é que, quando eu o acompanhava ao banco, todo mundo me olhava com cara de reprovação. Revista - E o que vocês falam dos patrões quando eles não estão por perto? Dilza - Eu não falo, porque morro de medo de fofoca. Susi - Na maioria das vezes, a gente comenta se eles pagam direitinho, assinam carteira, essas coisas. Fátima - Eu falo da liberdade que eu tenho com a minha patroa e as minhas amigas dizem que o sonho delas é ter uma patroa como ela. Sonia - As minhas me dizem "Quando você sair da casa dela, me avisa!" Eu respondo que a patroa é minha! Revista - Quer dizer que existe amizade entre patroa e empregada? Sonia - Você pode até não acreditar, mas eu larguei meu ex-companheiro para ficar com a minha patroa. Sonia - Isso também me aconteceu. Eu ia casar e morar no interior, trabalhando para uma mulher muito rica, que ia me pagar menos do que minha patroa me paga. Rompi tudo e decidi ficar aqui. Susi - O meu patrão me dá conselhos, principalmente porque sabe que a minha família mora longe. Dilza - Quando a pessoa dá abertura, pode haver amizade. Mas eu nunca pergunto nada. Até a pessoa tomar a iniciativa de me contar eu continuo sendo discreta. Fátima - A filha da minha patroa chega a ter ciúme de mim, porque até deito no colo dela. Posso dizer que a minha família é minha patroa e a família dela. Se você quiser participar desta seção, mande seu nome, telefone e profissão pelo fax (011) 224-4261, por e-mail revista@uol.com.br ou por carta para: al. Barão de Limeira, 425, 8º andar, CEP 01290-900. Texto Anterior: Tudo de mentira Próximo Texto: Presentes de Natal Índice |
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