São Paulo, domingo, 7 de dezembro de 1997
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Olha que coisa mais linda

MARCELO MANSFIELD
ESPECIAL PARA A FOLHA

Sim, é lei do show business: mulheres bonitas são sempre bem-vindas. É claro que, hoje em dia, a maioria delas se torna uma espécie de Mister Hyde quando abre a boca, enfeiando-se pela total falta de talento.
Há pouco tempo, no "Vídeo Shoumbigo", Luiza Brunet teve a cara-de-pau de dizer "se o elenco tem paciência comigo, vocês (o público) também têm de ter". O quê??? Eu, não!!! Ninguém pode mais cair nessa história de "estou aprendendo". Por que temos de ser as cobaias?
Não seria mais fácil essa turma ir para uma escola de teatro, que é o lugar apropriado, aprender e, então, se tornar profissional?? Ou isso é muito antiquado? A Escola de Arte Dramática, o Centro de Arte Laranjeiras e até a Escolinha de Arte Culinária da Globo estão aí para isso. Se querem aprender, vão para a escola, não para o meu "living". Eu quero ver gente de talento. Chega de desrespeito. O que há de errado em alguém saber interpretar???
Em outros tempos, as belezas falavam e falavam alto e claro. Rosamaria Murtinho entrava com tudo em "A Moça que Veio de Longe". E vinha para ficar. Sua beleza e seu talento são até hoje invejáveis. E o que dizer de Yoná Magalhães, que, desde seus tempos de adolescente no cinema, fazendo dupla com Sérgio Murillo, passando por suas famosas cenas de amor na novela "Eu Compro Essa Mulher", ao lado de seu então marido Carlos Alberto, fica cada vez mais bonita?
Outras belezas corriam soltas de novela em novela. Lisa Negri, Karin Rodrigues, Rita Cleós. Por esses tempos, surgiu Marisa Woodward, primeira tentativa de transformar uma modelo em atriz. Fracasso total. Mas parece que ninguém aprendeu.
Em "Estúpido Cupido", Françoise Fourton era, nada mais, nada menos, eleita miss Brasil, enquanto sua priminha na ficção, Heloísa Millet, entrava em cena ao som de "Ela é Carioca" e levava consigo metade do elenco masculino. Ou seja, concordando com o jargão "tem que ter beleza".
E, cá entre nós, refletindo melhor, falta de talento por falta de talento, eu ainda prefiro Luiza Brunet dando um texto sem vírgula a todas as criancinhas da novela "Malhação", com seus minisseios em formação, tentando falar através dos seus aparelhos ortodônticos. Questão de maturidade, meus caros.

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