São Paulo, segunda-feira, 8 de dezembro de 1997 |
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Está aberta a era da 'família' na Globo
NELSON DE SÁ
Como anunciou Roberto Irineu Marinho, uma "televisão para a família brasileira". Fica para trás o sushi erótico e ganham primazia a maternidade, o lar. Mas não foi a Globo que deu a grande notícia. Preferiu o suspense, e terminou que foi de Gugu Liberato o anúncio: "Furando todos os veículos de comunicação: Xuxa vai ser mamãe!" E tratou logo, Gugu, de dizer que o escolhido dormia com Xuxa há tempos, de especular se ela vai ou não se casar. Jogou malícia no que se pretendia uma apoteose da família brasileira. Até a Globo News adiantou-se à Globo, com Xuxa dizendo: "Vou ser uma mãe feliz, pulando, cantando". Faustão, pobre dele, foi levado a promover, não "Xuxa mamãe!", mas "o casal do ano", também "casal real". Na hora, nada de casamento. Xuxa é uma "grávida feliz", nas suas palavras, mas não uma esposa, como ainda tentou Faustão. E, nas palavras dela: "É meu". O filho. Não é dele, do pai. (Não fica aí o paralelo com Michael Jackson. Xuxa fez de sua maternidade um evento midiático, anunciado antes na televisão e combinando com um disco de título "Boas Notícias".) Na linha familiar, Faustão esforçou-se em cenas da "supermãe Fátima Bernardes", de crianças pobres com Papai Noel. Mas assim a audiência não se sustenta -e o programa cedeu com uma prova de natação de "galãs", que exibiam músculos sob roupões pudicos. Com Gugu, nada de pudor. Um "galã" era acordado, não de calção, mas de cuecas. E mulheres perdiam o biquíni, na banheira. E a morena do Tchan fazia fotos para a "Playboy" e era surpreendida, dormindo, sem calcinhas. Calcinha, cueca. O domingo na televisão é intoxicante. É preciso escolher entre sexo virtual no SBT e na Manchete, porcos e cobras na Record e, agora, uma nada firme "família brasileira" na Globo. Texto Anterior: Xuxa fez exame sob outra identidade Próximo Texto: Marisa Monte leva 140 mil ao Ibirapuera Índice |
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