São Paulo, segunda-feira, 8 de dezembro de 1997
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Número de PMs em Heliópolis cai 90%

DA REPORTAGEM LOCAL

O número de policiais que participam da operação especial na favela Heliópolis (zona sudeste de São Paulo) estava reduzido ontem a 10% do mobilizado na sexta-feira, primeiro dia da operação.
Ontem à tarde, participavam da operação 56 homens do CPChoque (Comando de Policiamento de Choque) da Polícia Militar, 11 carros, 2 ônibus e 7 cavalos.
Na sexta-feira, o Choque mandou à favela 496 homens. Somando com os homens da Polícia Civil, que participaram do primeiro dia de operação, o número de policiais foi superior a 600.
O dia foi tranquilo ontem na favela, que é a maior de São Paulo. Até as 20h, a polícia havia feito apenas uma prisão por porte de drogas e uma apreensão de arma branca (faca). Ao todo, 505 pessoas foram revistadas.
A operação especial na favela deve durar até o dia 20 de dezembro. O responsável pela operação ontem, capitão Ronaldo Rodrigues de Carvalho, disse que o atual número de policiais vai ser mantido até o final da operação.
"No primeiro dia usamos muitos homens para poder cercar a favela inteira", afirmou.
"O problema maior que enfrentamos é a falta de informações", afirmou o capitão.
Segundo ele, o Serviço de Informações da PM trabalhou uma semana antes do início da operação na região para levantar detalhes da criminalidade na favela. Os locais apontados pelo serviço foram revistados na sexta-feira.
Segundo a PM, a rede de túneis descoberta na sexta-feira -que seria usada por traficantes para fugir da polícia- já foi desativada.
Positiva
Parte da população de Heliópolis, estimada em 80 mil habitantes, considera positiva a operação da PM, mas há moradores que fazem algumas ressalvas.
"Acho boa a operação, mas no primeiro dia os policiais invadiram minha casa sem autorização e me tiraram da cama", afirmou o comerciante Otávio Gomes, 53, dono de um bar há mais de dez anos em Heliópolis.
Gomes disse que estava dormindo depois do almoço, enquanto seu filho, de 16 anos, tomava conta do bar.
"Os policiais subiram, revistaram e bagunçaram o quarto do garoto e depois me acordaram", afirmou o comerciante.
Segundo o capitão Carvalho, a PM tinha mandado judicial para as casas que foram revistadas.
O motorista de ônibus Everildo Pacheco, 37, aprova a operação. "Deveria ser todo dia assim. A violência diminuiu muito.", disse.

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