São Paulo, segunda-feira, 8 de dezembro de 1997
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Bancos médios cresceram mais no primeiro semestre

ISABEL CLEMENTE
DA SUCURSAL DO RIO

Os bancos de médio porte estão redesenhando o mercado bancário do país. Foram eles que mais cresceram no primeiro semestre deste ano, informa um levantamento da FGV (Fundação Getúlio Vargas), feito com base no balanço das cem maiores instituições financeiras.
Dessa lista, 21 são privados, 5 são associados a capital estrangeiro e 2, estrangeiros.
Apenas três bancos atuam em varejo -Crefisul, Citibank e Excel Econômico-, de acordo com a FGV. Os bancos das montadoras Fiat, Volkswagen e General Motors também estão na lista das 30 instituições que mais cresceram.
O BBM (ex-Banco da Bahia) foi o que mais se destacou na média dos quatro quesitos analisados pela FGV (ativos, operações de crédito, patrimônio líquido e depósitos).
Em segundo lugar está o Citibank, que lidera o ranking de crescimento por ativo no semestre (543,7%).
O banco com o melhor desempenho de operações de crédito é o FonteCindam, com um crescimento de 776,13%. O segundo colocado nesse ranking, o BBM, cresceu 322,9%.
Vale destacar que o quinto na classificação de operações de crédito é o Banco Fininvest, que faz empréstimos a pessoas físicas.
Segundo o economista Aloísio Campelo Jr., autor do trabalho que a "Conjuntura Econômica" vai publicar, os bancos com crescimento mais rápido foram mais agressivos e trabalharam em nichos específicos de mercado, como privatizações.
E Campelo destaca ainda: "A fotografia do que aconteceu no primeiro semestre não indica que essas instituições estejam bem financeiramente".
Várias alterações no ranking dos bancos que mais cresceram são esperadas para o segundo semestre deste ano, segundo Campelo. As quedas nas Bolsas e a elevação da taxa de juros "reduziram o vigor do crescimento de muitos".
Perspectivas
"As perspectivas hoje não são nada boas, mas assim que os juros caírem, os empréstimos voltarão com força e a segunda metade da década de 90 ficará conhecida como a fase de restauração das operações de crédito", disse.
Ainda não foram computadas as participações dos estrangeiros que acabam de entrar no país, como o HSBC (HongKong and Shangai Banking) e o espanhol Santander.
Segundo Campelo, o número de estrangeiro no mercado nacional pouco se alterou do Plano Real até hoje.
"Há instituições tentando vir ainda, como o Bilbao y Vizcaya e o Korea Exchange."
O braço comercial do BBM teve um crescimento de 323% nas operações de crédito, ficando com uma carteira de R$ 30,42 milhões, segundo o presidente do banco, Pedro Henrique Mariani.
Operações de empréstimos via captação de recursos no exterior, por exemplo, são apontadas como o grande trunfo do BBM no período.

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