São Paulo, segunda-feira, 8 de dezembro de 1997
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Conheça o novo Max Cavalera

CÉLIA ALMUDENA
DA REPORTAGEM LOCAL

Max Cavalera está bem mais calmo. Nem parece a mesma pessoa que falava da saída do Sepultura com muito, muito rancor.
"O disco em si me deixou mais tranquilo. É um disco de sonho, que sempre quis fazer e consegui", explica ele.
O disco novo, ainda sem nome, está pronto, gravado e mixado, e será lançado em março. Trabalhando com Lúcio Maia (guitarrista da Nação Zumbi), Marcelo Dias (baixista), e Roy Maiorca (ex-baterista do Shelter), Max diz que todos aproveitaram as gravações para colocar os demônios para fora.
O trabalho conta com muitos convidados: Jorge du Peixe e Gilmar, da Nação Zumbi, integrantes do Death Tones, Fear Factory, Cypress Hill e Beastie Boys, entre outros.
Mario Caldato, produtor das duas últimas, é superfã de Jorge Benjor e convenceu Max a gravar uma cover dele.
"Essas pessoas vieram com um motivo, com uma atitude. Eles não participaram só para ter o nome no disco ou para ocupar espaço."
Agora só falta gravar a combinadíssima presença de Ozzy Osbourne no trabalho. "Ele quer fazer uma música inteira. No momento ele está gravando o disco do Black Sabbath. Como o meu disco só sai em março, pode ser que ainda dê para incluir essa música. Seria muito legal ter o poderoso chefão do heavy metal no disco."
Max preferiu fazer segredo sobre o nome da banda. "Uma dica: o nome é em ioruba, a língua dos escravos. Transmite tudo que essa nova fase representa para mim e para todos que participaram do disco. Uma mensagem de ascensão, ressurreição, de levantar a cabeça e superar os problemas."
Além do exorcismo que o disco proporcionou, Max diz que está encarando a saída do Sepultura de uma nova maneira.
"O tempo está me ensinando a ser menos radical e a ter menos rancor e ódio. O que rolou com o Sepultura, rolou, foi chato. Desejo boa sorte pra eles. E também sonho dividir o palco com eles um dia. Em alguns anos toda a mágoa vai embora, vamos estar bem com nossas carreiras e poderemos aceitar uns aos outros como amigos."
Max diz que continua alimentando o sonho de fazer uma megaturnê pelo Brasil. "Seria a 'Turnê Monstro'. Queria juntar quatro bandas: a minha, a nação Zumbi, Ratos de Porão e uma dessas bandas novas abrindo, como Devotos do Ódio, uma das bandas de hardcore mais legais que já ouvi, ou Câmbio Negro, por exemplo."

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