São Paulo, segunda-feira, 8 de dezembro de 1997 |
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Marcos Magaldi anuncia dissolução da imagem
ANA MARIA GUARIGLIA
Magaldi, 47, fotojornalista e publicitário, conta que há 20 anos já discordava da fidelidade da foto jornalística, argumentando que cada fotógrafo tem um modo de se posicionar diante de uma cena. "Depende do ângulo, das objetivas, do enquadramento, enfim, você pode tirar ou manter as proporções da foto." A exposição expressa justamente a maturação dessa longa viagem percorrida pelo fotógrafo entre a reflexão e a confecção do ensaio, que ele divide em três momentos. No primeiro, Magaldi ganhou o espaço da escultura. Montou peças fotográficas, utilizando partes escolhidas de negativos, que formam signos, representando as palavras. O verso de cada registro recebeu uma placa de acrílico e foi colada em fios de arame que, por sua vez, foram montados em uma base de madeira nobre. Estendidos em comprimentos diversos, cada fio sustenta as imagens escolhidas para formar "fotoobjetos". Na verdade, é uma escultura em desalinho, como um quebra-cabeça, em que o espectador passeia em torno, participando das transformações visuais proporcionadas pelos ângulos de observação. Uma das principais obras é a "natureza-morta", obtida pela montagem de copos, pratos e garrafas. As fotos se encaixam e se reagrupam como em uma experiência cubista. No segundo momento, Magaldi recolheu negativos e criou fotos planas, mas com a liberdade da luz do laboratório, que destaca uma ou outra imagem. No terceiro, o plano sofre a interferência das densidades provocadas por materiais como algodão, tecidos e pincéis embebidos nas químicas do revelador. O resultado não é a fotografia estereotipada, mas uma linguagem que revela coisas invisíveis aos olhos. No fundo, é o próprio objeto da fotografia, a sintaxe da comunicação relacionada com a composição, as formas e o ritmo. Exposição: Marcos Magaldi - Fotografias Onde: Li Photogallery (r. da Mata, 70, tel. 011/883-0300, Itaim Bibi) Quando: hoje, às 19h; seg a sex, das 10h às 18h; sáb e dom, das 11h às 17h; até 24/1 Preço das obras: entre R$ 800 e R$ 5.000 Texto Anterior: Loja reúne os 71 títulos de Zappa Índice |
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