São Paulo, segunda-feira, 8 de dezembro de 1997
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UE espera que Gore encerre impasse

RICARDO BONALUME NETO
ENVIADO ESPECIAL A KYOTO

A União Européia (UE) espera que a chegada do vice-presidente norte-americano, Al Gore, para a conferência de Kyoto hoje possa acabar com o atual impasse nas discussões sobre a redução de emissões de gases que provocam o aquecimento global.
"Os EUA podem fazer mais. Esperamos que Al Gore traga uma nova proposta", afirmou a dinamarquesa Ritt Bjerregaard, principal negociadora da UE na reunião.
Bjerregaard também descartou a possibilidade de a UE aceitar percentuais de cortes nas suas emissões superiores aos que seriam realizados pelos EUA e pelo Japão.
Segundo essa proposta, do presidente da conferência, o argentino Raul Estrada, a UE se comprometeria com cortes de 10%, enquanto que os EUA reduziriam suas emissões em 5%, e o Japão, em 2,5%.
"Não estamos dispostos a aceitar que os EUA tenham metas diferentes das do Japão ou da UE porque essas três regiões são comparáveis, nossas indústrias são comparáveis, e não vemos motivo para darmos a eles qualquer vantagem competitiva", disse Bjerregaard.
A UE propôs um corte de 15% das emissões dos três principais gases causadores do aquecimento global, o dióxido de carbono, o metano e o óxido nitroso -tendo como base as emissões de 1990- para ser atingido em 2010.
Já os EUA sugerem estabilizar as emissões, nos níveis de 1990, entre 2008 e 2012, mas de seis gases -os três acima, mais três compostos com flúor, emitidos em menor quantidade, mas muito danosos.
"Menos 15% em 2010 é tecnologicamente possível e factível economicamente", disse o ministro do Ambiente de Luxemburgo, Johny Lahure, na condição de porta-voz dos ministros europeus.

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