São Paulo, segunda-feira, 8 de dezembro de 1997 |
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Sítio arqueológico é lousa pré-histórica
MARISTELA DO VALLE
Os "livros didáticos" dos amigos dos Flintstones também trazem animais selvagens, como rinocerontes e leões, talvez para mostrar às crianças que bichos eram perigosos para o homem. Essas ilustrações algumas vezes aparecem de forma estilizada, com um toque surrealista. Em um desenho, por exemplo, as girafas ganham seios de mulher. Em outras pinturas, destaca-se a obsessão por círculos. Segundo a guia Alison Howells, uma das teorias atribui tal obsessão ao uso de drogas alucinógenas. Com diferentes colorações e "estilos artísticos", as gravações locais mais recentes têm cerca de 3.500 anos. As mais antigas têm até 6.000 anos. Acredita-se que as inscrições atravessem seis diferentes fases da evolução humana. São 2.500 pinturas, a maioria não acessível ao público. O amontoado de pedras fica na região de Damaraland e pode ser percorrido em menos de uma hora. Muitos turistas não se contentam com o que vêem e passam água sobre a pintura para que ela fique mais brilhante. A médio prazo, porém, o truque tem efeito contrário e desgasta o desenho, tornando-o opaco. As pedras desordenadas umas sobre as outras dão a impressão de que são constantemente remexidas pelo homem. E talvez isso realmente já tenha ocorrido, pois o local só recebeu proteção formal a partir de 1986, embora tenha se tornado patrimônio da humanidade em 1952. Apesar desse problema, pinturas e formações naturais aparecem preservadas e simulam uma grande mancha preta redonda em uma das pedras, que faz lembrar o rosto de Mickey Mouse. Torna-se inevitável o comentário irônico de que o poder de Walt Disney é tão grande que atravessa até as barreiras do tempo. Os formatos das pedras inspiram o turista a imaginar como seria o estilo de vida daqueles ancestrais distantes. É possível até comparar os costumes pré-históricos com os da pequena comunidade local. Ao pegar água da fonte com bombas d'água bastante rudimentares, as mulheres da região se assustam e discutem com os babuínos que frequentam as pedras. A entrada para a Twinfelfontein custa 5 dólares namibianos. Texto Anterior: 'Hóspede' pode ser peçonhento Próximo Texto: Região abriga selva de pedra Índice |
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