São Paulo, segunda-feira, 8 de dezembro de 1997
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Namíbia tornou-se independente em 1990

MARISTELA DO VALLE
DA ENVIADA ESPECIAL À ÁFRICA

Alguns guias de turismo sobre a Namíbia comentam que os alemães até se sentem em casa ao se deparar com a arquitetura de cidades como Windhoek e Swakopmund. Ao mesmo tempo, a língua oficial do país é a inglesa, e os motoristas dirigem do lado direito do carro, como no Reino Unido.
Afinal, a colonização do país é inglesa ou alemã?
A Namíbia recebeu oficialmente a proteção alemã em 1883. Antes disso, os portugueses tinham passado pelo país, mas não chegaram a se fixar.
O poder da Alemanha sobre a Namíbia durou pouco.
Em 1920, após a Primeira Guerra Mundial, o tratado de Versalhes estabeleceu que a Alemanha renunciasse a todas as suas colônias. Em 1921 a Liga das Nações determinou que a Namíbia ficaria sob custódia da África do Sul.
Nos anos 50, enquanto vários outros países africanos ficavam independentes, a África do Sul não abria mão do controle da Namíbia.
O país do apartheid não tinha interesse em perder o direito aos recursos minerais namibianos (urânio, cobre, zinco, diamantes).
Na década seguinte, a Swapo (Organização dos Povos da África do Sudoeste) começou um movimento de guerrilha no centro da Namíbia. O principal objetivo da organização era a independência do país. Mas a meta da África do Sul era outra: anexar a Namíbia como sua quinta Província.
As negociações entre os países foram lentas.
A extinção do apartheid (regime de segregação racial) na Namíbia ocorreu em 1980. Até então, era proibido o casamento entre negros e brancos, e cada raça tinha sua zona residencial própria.
A independência da Namíbia finalmente ocorreu em 21 de março de 1990, após negociações entre África do Sul, Cuba e Angola.
O acordo estabeleceu que a África do Sul retiraria suas tropas da Namíbia, e Cuba desocuparia militarmente Angola.
O Exército cubano ali se estabelecera para legitimar o governo marxista do MPLA (Movimento Popular para a Libertação da Angola). O regime era ameaçado pela Unita (União Nacional para a Total Independência da Angola), organização custeada pelos EUA.
As negociações ocorreram sob observação dos Estados Unidos e da extinta União Soviética.
As primeiras eleições democráticas namibianas, em 1989, elegeram Sam Nujoma, da Swapo, presidente da Namíbia. Ele havia acabado de retornar de um exílio de 30 anos. A Swapo conquistou ainda 47 das 72 cadeiras na Assembléia Constitucional.
Nujoma foi reeleito em 1994, e o primeiro-ministro da Namíbia é Hage Geingob desde a independência.

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