São Paulo, quarta-feira, 10 de dezembro de 1997
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Moeda da Coréia tem queda de 7,8%

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O won, moeda sul-coreana, registrou ontem desvalorização de 7,8% em relação ao dólar.
A moeda sul-coreana fechou o dia a 1.465,70 por dólar, segundo a agência de notícias "France Presse".
A desvalorização do won somente pôde ser controlada devido ao limite de variação da moeda, estabelecido em 10% ao dia por determinação recente do governo.
Segundo analistas, as exigências feitas ao país pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) estariam causando forte pressão financeira sobre o mercado.
A Coréia do Sul, 11ª maior economia do mundo, vem enfrentando uma crise financeira que a levou a recorrer ao FMI.
O socorro ao país, que será de ao menos US$ 57 bilhões, vai ser enviado por instituições como o próprio FMI, o Banco Mundial e o Banco de Desenvolvimento da Ásia, e por países como Japão e Estados Unidos.
A Bolsa de Valores de Seul (capital) fechou ontem com queda de 6,5%.
O principal índice do mercado acionário perdeu 26,83 pontos e fechou a 388,00 pontos.
Corretores disseram que os investidores estavam tão confusos que não sabiam se compravam ou vendiam as ações.
"Sem medidas extraordinárias por parte do governo, seguiremos até o colapso total", disse um investidor.
Emissão de bônus
O governo sul-coreano anunciou ontem que vai emitir bônus que serão injetados em bancos comerciais e de investimentos do país.
A medida tem como objetivo tentar resgatar o sistema financeiro sul-coreano.
A decisão foi tomada após a nova desvalorização do won e da Bolsa de Valores de Seul.
Ontem, três empresas sul-coreanas anunciaram falência: a Kyungnam Wool Textile, a Hanyo Construction e a Elcanto, uma das três maiores redes de calçados.
Autoridades do país fizeram uma reunião de emergência que se prolongou durante toda a noite de segunda-feira.
Segundo um porta-voz do governo, informações sobre como e quando serão emitidos os bônus devem ser reveladas hoje.
Espera-se que o governo sul-coreano anuncie outras medidas para ajudar a recuperar o sistema financeiro nacional.
Recursos públicos devem ser utilizados principalmente para ajudar dois dos bancos comerciais do país em maior dificuldade: o Korea First Bank e o Seoulbank.
"Deixar que esses dois bancos quebrem certamente diminuirá a confiança da população nos bancos", disse uma fonte do governo.
A agência de notícias sul-coreana "Yonhap" anunciou ontem que outros bancos do país poderiam ter atividades suspensas.
Na última semana, nove instituições financeiras já haviam sido suspensas, e a Coryo Securities, uma das maiores corretoras do país, foi declarada insolvente.

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